A Polícia Civil divulgou, na noite deste domingo (2), a identificação de 115 dos 117 suspeitos mortos na operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte, na última terça-feira (28). Apenas dois laudos resultaram em perícias inconclusivas na nova lista, que confirmou que 17 dos mortos não possuíam histórico criminal.
No entanto, segundo o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, essa lista não encerra o trabalho de investigação e o número de mortos sem antecedentes “não significa nada”. Os relatórios estão sendo confeccionados e serão entregues aos órgãos competentes.
“Essa mínima fração de narcoterroristas neutralizados que não possuíam anotações criminais, nem imagens em redes sociais portando armas ou demonstrando vínculo com facções criminosas, não significa nada. Se eles não tivessem reagido à abordagem dos policiais, teriam sido presos em flagrante. Portanto, são narcoterroristas que saíram do anonimato.”, ressaltou Curi.
Mais da metade dos mortos em operação era de fora do estado
De acordo com a Polícia Civil, mais de 95% dos identificados tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho (CV), e 54% (62) eram de fora do estado. Além disso, 59 tinham mandados de prisão pendentes e ao menos 97 apresentavam históricos criminais. Dos 17 sem antecedentes, o órgão informou que 12 apresentaram indícios de envolvimento com o tráfico em suas redes sociais.
Entre os 62 mortos de fora do estado, 19 eram do Pará, nove do Amazonas, 12 da Bahia, quatro do Ceará, dois da Paraíba, um do Maranhão, nove de Goiás, um do Mato Grosso, três do Espírito Santo, um de São Paulo e um do Distrito Federal. O relatório indica ainda que, no Rio, há chefes de organizações criminosas de 11 estados, abrangendo quatro das cinco regiões do país.
‘É o início de um grande processo no Brasil’
O governador Cláudio Castro (PL) afirmou que a investigação concluída representa o verdadeiro retrato do cenário que ele vem insistentemente destacando.
“Foi um duro golpe na criminalidade. Entre os mortos, havia diversos líderes criminosos. Conter a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e enfrentar criminosos de alta periculosidade depende de ações unificadas e inteligentes. É o início de um grande processo no Brasil”, disse Castro.

