Cansado da estagnação na engenharia fluminense? Prepare-se para o maior movimento de resgate e valorização do setor. No 91º aniversário do CREA, o presidente do Conselho, engenheiro civil Miguel Fernández, anuncia a realização do megaevento CREA AQUI, que reunirá mais de três mil profissionais na Marina da Glória, na próxima quinta-feira (5), das 8h às 22h.
Com a principal finalidade de valorizar os profissionais, o evento terá debates sobre o impacto das engenharias na economia do estado e do município, além de lançamento de livros, palestras, feiras orgânica e tecnológica — com estandes de exposição de instituições e empresas — e um show com as bandas Blitz e Barlavento (formada por três engenheiros). O líder da Blitz, o ator e cantor Evandro Mesquita, já mandou seu recado pelas redes sociais.
“Eu também estarei no CREA AQUI, o maior encontro de engenharia, agronomia e geociências do Estado do Rio. Quero ver todo mundo lá”, diz o líder da banda em atividade desde 1982, e que promete levar os convidados “a dois passos do paraíso”.
No evento, será anunciado o lançamento do app de serviços do CREA, que vai desburocratizar e agilizar o atendimento dos 110 mil profissionais e 26 mil empresas registradas no Conselho.

Miguel Fernández, o mais jovem engenheiro já eleito para presidir o CREA-RJ, está convencido de que é preciso resgatar o protagonismo das engenharias:
“O evento do Conselho de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro, o CREA-RJ, significa um grande movimento de valorização dos profissionais, para apresentarmos à sociedade a importância desse setor, seja para o desenvolvimento econômico, seja para o avanço social, seja em pensar num futuro melhor para o nosso estado e para o nosso país. O setor das engenharias sofreu ataques muito grandes nos últimos anos”, afirma Fernández, engenheiro civil especializado em saneamento, que está promovendo grandes mudanças no Conselho, desde que assumiu a presidência, em janeiro do ano passado.
“O CREA AQUI será um encontro que vai iniciar o movimento de exposição, de valorização do setor, onde os profissionais que atuam na área possam ali debater e traçar estratégias para levar toda a dimensão do que aquilo significa para a sociedade. Pois a única forma de se valorizar, de fato, alguma área é dar transparência da significância e da real dimensão que ela precisa ter e que ela tem. Então, a gente espera estar plantando ali uma pedra fundamental no início de um grande processo”, diz Miguel.
Ninguém duvida que a retomada do investimento produtivo e o protagonismo da engenharia brasileira sejam fundamentais para o desenvolvimento do país. Mas essa atividade profissional enfrenta uma de suas maiores dificuldades, com a queda nos investimentos, o refluxo nos negócios causados pela Operação Lava-Jato — que levou empreiteiras a mudarem de nome — e até mesmo a redução de 51% no número de estudantes de engenharia civil. Para enfrentar essa situação, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (CREA-RJ) defende que é preciso unir esforços.
“Isso repercutiu até numa redução significativa de interesse de jovens profissionais em querer se formar na área. E a gente sabe que um país sem uma engenharia forte é um país fadado ao fracasso, ao subdesenvolvimento. Então, um país de dimensões continentais, como é o caso do Brasil, precisa de engenheiros e engenheiras que possam enfrentar o desafio”, destaca o presidente do CREA-RJ.
O evento tem apoio de grandes empresas como a Queiroz Galvão e das entidades mais longevas da engenharia na América Latina, como o Clube de Engenharia (1880) e a Escola de Politécnica da UFRJ (1792). O presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, que já confirmou presença, manifestou total apoio ao evento do CREA:
“É importantíssima essa iniciativa do CREA-RJ, em prol da retomada do desenvolvimento. Sem obras, não só os engenheiros ficam sem emprego, mas os técnicos de nível médio também ficam desempregados. Não há desenvolvimento sem engenharia e engenharia sem desenvolvimento. A engenharia está completamente parada. Isso prejudica também os economistas e os administradores de empresas. Louvo essa iniciativa do CREA-RJ. Estaremos presentes, dando todo o apoio”, afirmou Bogossian.
Poder público já investiu R$ 33 bi em obras
Com toda a crise, a engenharia resiste no Rio. Levantamento da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ) revela que, entre 2020 e 2024, o volume de investimentos públicos em obras no Estado do Rio de Janeiro e na capital ultrapassou R$ 33,7 bilhões — um número que destaca o peso estratégico da engenharia na economia fluminense.
Para discutir o impacto das engenharias na economia estadual e desvendar o futuro das engenharias, o “CREA AQUI” terá os painéis “Infraestrutura, Sustentabilidade e Desenvolvimento: Desafios e Perspectivas para o Estado” e “ Cidades que pensam o futuro: a engenharia na transformação urbana”.
O primeiro terá a participação de autoridades estaduais e municipais, entre as quais o governador Cláudio Castro, o secretário de Infraestrutura e Obras Públicas, engenheiro Uruan Cintra de Andrade; o presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), Aguinaldo Ballon. A prova de que o CREA é também agronomia será a presença do secretário Estadual de Agricultura do Rio de Janeiro, Flávio Ferreira, e da realização de uma feira de produtos orgânicos.
O segundo painel terá a participação das seguintes autoridades municipais: o prefeito Eduardo Paes; o secretário de Infraestrutura do Rio de Janeiro, engenheiro Wanderson Santos; o presidente na Companhia Municipal de Energia e Iluminação (Rioluz), Rafael Thompson; o presidente do Instituto Pereira Passos (IPP), o geógrafo Elias Jabbour; e o presidente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), engenheiro Jorge Arraes.
Megaevento terá engenheiros de empresas públicas e privadas
O “CREA AQUI” vai reunir engenheiros que atuam em empresas públicas, como a Cedae, Águas do Rio, Light e Instituto Pereira Passos. A prova de que a engenharia é eclética será a presença de um dos maiores comediantes, Renato Albani, que é engenheiro e faz stand up comedy. Outro destaque é o engenheiro Miguel Lannes Fernandes, diretor de Inteligência Artificial da Exame, que vai falar sobre o uso de IA na Engenharia. Entre os engenheiros que são políticos estará, por exemplo, o prefeito de Nova Friburgo (RJ), Johnny Maycon, que é engenheiro formado pela Uerj.
Durante o evento, serão realizados pocket shows de stand up e musicais, como a banda Barlavento. Haverá rodas de conversa no estande do Progredir — programa de desenvolvimento profissional do CREA. Serão entregues sete premiações, entre as quais o Prêmio CREA-RJ de Meio Ambiente e o Prêmio José Chacon de Assis.
O CREA-RJ firmou parceria com a Ação da Cidadania, que vai recolher gêneros alimentícios na entrada do evento para doar a quem tem fome. Quem puder, é sugerido levar pelo menos um quilo de alimento não perecível.
O megaevento do CREA-RJ terá a presença de pelo menos 500 alunos de 19 faculdades e universidades estaduais, entre as quais a UFRJ, Uerj e IFRJ. O “CREA AQUI” também está atraindo a atenção de profissionais do interior do Estado do Rio. Representantes de associações de engenheiros e arquitetos estão organizando caravanas que sairão de várias regiões do estado. O maior grupo deve vir de Paraty e será formado por mais de 20 engenheiros que trabalham na prefeitura.
Autarquia federal fundada em 5 de junho de 1934 pelo então presidente Getúlio Vargas, o CREA-RJ tem relevante papel nas atividades de engenharia, agronomia e geociências (geologia, geografia e meteorologia) no Estado do Rio. Os conselhos foram criados por Vargas para fortalecer a engenharia nacional.
“Em 91 anos, os profissionais registrados no CREA-RJ participaram da construção de grandes obras que alteraram a paisagem urbana do Rio, como a Floresta da Tijuca, o Edifício A Noite, o Sistema Guandu, o Maracanã, a Ponte Rio-Niterói, o Interceptor Oceânico, o Sambódromo, o Porto do Açu e as usinas nucleares”, lembra o engenheiro civil Miguel Fernández.
Na atual gestão, desde o ano passado, o CREA-RJ já registra mais de 40 mil ações de fiscalização, além de um total de 170 eventos vistoriados. Esse trabalho de fiscalização — que coíbe o exercício ilegal da profissão — dá garantia de que obras e serviços sejam executados por profissionais habilitados, contribuindo para a proteção de toda a sociedade.
Se a engenharia é mesmo “a arte de dirigir as grandes fontes de energia da natureza para o uso e a conveniência do homem”, como definiu o engenheiro inglês Thomas Tredgold, o “CREA AQUI” promete convergir toda a energia de profissionais, especialistas, líderes, instituições de ensino, professores, estudantes e empresas do setor, num só dia e num só local.
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