O maior encontro das engenharias, agronomia e geociências do estado, o CREA AQUI — que vai reunir milhares de profissionais na celebração dos 91 anos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (CREA-RJ), nesta quinta (5) — se tornou o principal tema nas conversas do setor das engenharias no Rio de Janeiro, na última semana.
Com o aumento das expectativas em torno do evento e sua repercussão na imprensa e na internet, a Comunicação do CREA-RJ foi ouvir quem realmente entende do assunto: formadores de opinião, líderes de instituições de ensino, presidentes de CREAs e empresários. A resposta foi unânime: o CREA AQUI é uma iniciativa crucial e aplaudida, um verdadeiro movimento de valorização da engenharia. Alguns deles manifestam preocupação com os rumos da engenharia no país, mas veem no mega evento uma excelente oportunidade de reverter a situação e retomar o protagonismo do setor. Como afirma o presidente do Clube de Engenharia – a mais longeva entidade de engenheiros da América Latina, de 1880 – Francis Bogossian, “não há desenvolvimento sem engenharia e nem engenharia sem desenvolvimento”.
Cláudia Morgado, diretora da Escola de Politécnica da UFRJ:
“Essa questão de valorização dos profissionais de engenharia é algo já de longa data que não vem sendo tratada de maneira correta pela nossa corporação de engenheiros. Ao contrário. A gente está vendo a cada decisão do Congresso Nacional, do governo, do MEC fragilizando a engenharia brasileira e as empresas. Agora tentaram derrubar as escolas de engenharia e começam a permitir uma enxurrada de estrangeiros, engenheiros, que às vezes nem engenheiros são porque fizeram cursos de bacharelado de menos de três anos, menos de cinco anos, e que nas nossas revalidações eles não têm a credenciamento do CREA. Então, valorizar a engenharia são diversas ações. Uma delas também é ter um plano de desenvolvimento da indústria brasileira. A gente não tem uma política de indústria industrial brasileira, não é somente a inovação, inovação é uma etapa que às vezes não é a primeira. Os grandes países que saíram da miséria, que se desenvolveram, que estão aí entre as maiores potências mundiais geraram emprego, renda, tecnologia, não necessariamente inovação e depois naturalmente vão para outros estratos econômicos de maior valor agregado. A gente precisa sair das commodities de só ter melhoria de processo e não ter melhoria de produto. Ou seja: é preciso ter um projeto de engenharia, desenvolvimento, principalmente indústria. Temos que fazer a moeda circular, que é o que normalmente se faz com o comércio, sem entrar numa escala de grandes salários e escolarização que é a indústria, que somente a indústria é capaz de prover. Então, é importantíssimo o evento ter esse apoio, mas tem que mobilizar muito a sociedade civil organizada para entender a importância do desenvolvimento da indústria e que, obviamente, a reboque, a organização da engenharia, que fará realmente o Brasil ser grande do jeito que ele imagina que poderá um dia ser.”
Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia:
“É importantíssima essa iniciativa do CREA-RJ, em prol da retomada do desenvolvimento. Sem obras, não só os engenheiros ficam sem emprego, mas os técnicos de nível médio também ficam desempregados. Não há desenvolvimento sem engenharia e nem engenharia sem desenvolvimento. A engenharia está completamente parada. Isso prejudica também os economistas e os administradores de empresas. Louvo essa iniciativa do CREA-RJ. Estaremos presentes, dando todo o apoio”.
Ícaro Moreno, presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ):
“É, no mínimo, contraditório, que nesse momento em que o mundo passa por uma intensa metamorfose, sob os impactos da chamada Quarta Revolução Industrial, o setor de Engenharia esteja encontrando dificuldades para evoluir, se capacitando a caminhar nesse universo de inovação e novas tecnologias. São diversas as razões desse desalinhamento: falta de valorização profissional; baixos salários; formação que não acompanha as exigências do mercado; baixo investimento em infraestrutura e inovação; falta de profissionais qualificados, entre outras que se inter-relacionam. Parabenizo o CREA-RJ por trazer à tona esse debate imprescindível para a valorização das engenharias. E, fazendo parte desse nosso elo de entidades da construção civil, aproveito para divulgar que a Associação das Empresas de Engenharia do Estado do Rio de Janeiro, está se transformando em um novo hub de inovação e tecnologia”.
Jorge Luiz e Silva, presidente do CREA do Espírito Santo:
“Queremos cumprimentar e parabenizar o presidente do CREA do Rio de Janeiro, Miguel Fernández, todos os diretores, conselheiros, inspetores, pelos 91 anos de realizações do CREA-RJ. Neste momento, me sinto muito honrado porque nosso CREA nasceu a partir do CREA do Rio. Nós éramos parte do Conselho do Rio de Janeiro. Então, quero parabenizar o CREA-RJ por esse importante evento que será realizado no Rio de Janeiro, sobre valorização profissional das engenharias. A engenharia move o mundo com todos nós, com nossos funcionários e empresas. Assim, com certeza, teremos dias melhores para a nossa sociedade e para toda a população.”
Walter Suemitsu, decano do Centro de Tecnologia da UFRJ:
“Considero o evento CREA AQUI da maior relevância, pois é preciso mostrar para a sociedade a importância das engenharias para a criação e manutenção de infraestruturas que são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do nosso estado. Além disso, a iniciativa do CREA-RJ motivará os estudantes de engenharia a se dedicarem com mais afinco a seus estudos, além de motivar estudantes do ensino médio a ingressarem nas faculdades de engenharias. O CREA RJ está de parabéns por essa importante iniciativa.”
Mário Menel, presidente da Academia Nacional de Engenharia (ANE):
“No dia 5 de junho de 2025, o CREA-RJ celebra 91 anos de contribuição essencial para o desenvolvimento da Engenharia, Agronomia e Geociências, reafirmando seu papel fundamental na proteção da sociedade e no avanço tecnológico do estado do Rio de Janeiro. Para marcar essa trajetória, o evento CREA AQUI, que acontece na Marina da Glória, será um grande encontro das áreas técnicas da região, promovendo inovação, diálogo e perspectivas para o futuro. A Academia Nacional de Engenharia reconhece e apoia essa iniciativa, pois é fundamental valorizar as engenharias como pilar do progresso, da sustentabilidade e do desenvolvimento econômico e social. O CREA-RJ, ao longo dessas mais de nove décadas, tem sido um agente crucial na promoção da excelência profissional e na construção de um Brasil mais forte e preparado para os desafios do futuro. Parabenizamos o CREA-RJ por sua história e por seguir impulsionando a engenharia nacional rumo a novas conquistas!”
Juraci Ferreira Galdino, general de divisão do Exército, reitor e comandante do Instituto Militar de Engenharia (IME):
“Qualquer evento com objetivo de valorizar a engenharia deve ser celebrado e prestigiado. Entretanto, este evento é emblemático pela necessidade de fortalecer cada vez mais a engenharia nacional, em todos os entes da federação; por sua programação extraordinária; pelo momento em que vivenciamos, no qual a inovação de processos, de serviços e de produtos é essencial para o crescimento econômico, desenvolvimento social e soberania nacional; e, pela credibilidade da instituição que o promoverá. Parabéns ao CREA-RJ pela primorosa iniciativa e sucesso no atingimento dos objetivos almejados”
Lamartine Moreira, presidente do CREA de Goiás:
“Eu quero convidar todos vocês, no dia 5 de junho, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, para participarem do evento de 91 anos do CREA-RJ. Quero também parabenizar o CREA-RJ pelos seus 91 anos e nosso presidente Miguel Fernández, por esse momento importante, que é realizar o CREA AQUI, que vai ser um espaço de inovação, troca de experiência e muito network. Todos juntos na Marina da Glória!”.
Lígia Mackey, presidente do CREA de São Paulo:
Celebrar os 91 anos do Crea-RJ é também reconhecer a dedicação de milhares de profissionais que, ao longo das décadas, ajudaram a construir um Brasil mais seguro, moderno e justo. Como engenheira civil com mais de 30 anos de atuação, tenho muito orgulho de fazer parte de um Sistema que valoriza o conhecimento técnico e trabalha todos os dias para transformar a vida das pessoas. Como presidente do Crea-SP, compartilho da missão de promover a garantia do exercício legal e ético de nossas profissões. O movimento pela valorização das Engenharias, Agronomia, Geociências, Tecnologia e Design de Interiores, lançado neste momento tão simbólico, mostra o quanto podemos e, principalmente, devemos nos mobilizar em torno dos objetivos que nos são comuns: fortalecer nossa atuação e ampliar o reconhecimento das profissões, pois é parte do nosso trabalho mostrar o papel que desempenhamos entre o conhecimento e o desenvolvimento, transformando projetos em realidade. Parabenizo o presidente Miguel Fernández e toda a equipe do CREA-RJ pela iniciativa. O Crea-SP está junto nessa jornada, com a certeza de que a valorização começa com a união de todos nós.
Miguel Fernández, engenheiro e empresário, pai do presidente do CREA-RJ:
“É preciso que a sociedade brasileira mude a sua postura em relação às atividades de engenharia. Atualmente estamos com um complexo de vira-latas em que tudo que se propõe fazer no Brasil é obra faraônica ou vai agredir o meio ambiente, enquanto isso fica todo mundo extasiado com as obras maravilhosas que estão sendo feitas na China. Então lá pode fazer trem bala, pode fazer pontes flutuantes, pode fazer pontes enormes, pode fazer barreiras enormes e o pessoal não chama de obra faraônica e o país se desenvolveu. Aqui nós estamos num período muito desagradável para o progresso do país e para a engenharia.”