A defesa de Walter Vieira, sócio proprietário do laboratório PCS Saleme, investigado por contaminação de órgãos de transplante pelo vírus HIV, afirma que o erro em um dos laudos na verdade foi de um funcionário. O responsável pela falha seria Cléber de Oliveira dos Santos, que era um dos alvos da Operação Verum, deflagrada pela Polícia Civil, e está foragido.
De acordo com a tese defensiva, que será apresentada pelo advogado Afonso Destri, representante de Walter, um rastreamento no sistema informatizado mostra que o responsável pela inserção e conferência do laudo em questão foi Cléber. O exame apontou que o doador, de 28 anos de idade, era não reagente para o vírus HIV.
Além disso, a tese destaca que, em princípio, o laudo tinha a informação de “conferido e liberado por”, sem qualquer indicação do responsável. A defesa argumenta que quando o procedimento era feito por Walter, o nome dele aparecia expressamente. Assim, após consulta ao sistema, a defesa do médico afirma que Cléber teria sido o real responsável pelo exame, inserção das informações no sistema e conferência do laudo, que remete à liberação do exame.
Walter Vieira, que é marido da tia do ex-secretário estadual de Saúde e deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ), foi preso durante a Operação Verum, deflagrada na segunda-feira (14). Além dele, também foram presos Ivanildo Fernandes dos Santos, funcionário da empresa, e a técnica de laboratório do PCS Lab Saleme, Jacqueline Iris Bacellar de Assis. O caso está sendo investigado pela Delegacia do Consumidor (Decon).