Os vereadores Luiz Ramos Filho (PSD) e Felipe Michel (PP), da Comissão de Transportes da Câmara do Rio, vão encaminhar representação ao Ministério Público Estadual contra a Lamsa, concessionária responsável pela operação da Linha Amarela. A comissão teve acesso ao relatório do Corpo de Bombeiros que constatou falhas gravíssimas no sistema de prevenção a incêndios nos túneis da via.
Só neste mês ocorreram dois incêndios no Túnel da Covanca. Duas pessoas ficaram em estado grave e dezenas foram intoxicadas pela fumaça. Os bombeiros não conseguiram ter acesso ao local, o que dificultou muito o controle das chamas. O incêndio foi controlado pela brigada da Lamsa.
“Poderia ter acontecido uma tragédia de grandes proporções, pela total falta de responsabilidade da Lamsa. A concessionária alega que a via tem 27 anos e o sistema de incêndio precisa ser atualizado. Mas, para atualizar o valor pedágio, a Lamsa não perde tempo”, critica Ramos Filho.
Relatório aponta falta de manutenção
No relatório, o Corpo de Bombeiros apontou falta de manutenção e de plano de contingência nos túneis. Além de exigir a manutenção imediata no sistema de ventilação de gases, os bombeiros deram prazo de 60 dias pra a Lamsa obter o certificado de aprovação dos túneis, sob pena de multa e interdição da via.
“Os túneis podem ser interditados a qualquer momento, porque não oferecem a menor segurança e não têm sequer o certificado de aprovação dos bombeiros. Isso é inacreditável”, comenta Felipe Michel.
Na reunião desta sexta-feira (30), a comissão cobrou que a empresa ofereça assistência médica e pague indenização às vítimas, a Anotação de Responsabilidade Técnica e a instalação de extintores ou hidrantes.
Os bombeiros apontaram também a falta de sinalização de rotas de fuga e saídas de emergência e de sistema de som para orientação das pessoas.
“Os tuneis não têm sistema de alarme e detecção de gases. É inacreditável que uma empresa que já faturou tanto com o pedágio negligencie a segurança do cidadão. A concessão com a Lamsa tem que ser revista o mais rapidamente possível, antes que uma tragédia de grandes proporções aconteça”, conclui Ramos Filho.