No início da sessão plenária desta quinta-feira (11), Rosenverg Reis (MDB) cobrou publicamente o presidente em exercício da Alerj, Guilherme Delaroli (PL), pela demora no repasse dos R$ 220 milhões economizados pela Assembleia e destinados às 92 prefeituras e ao estado.
O parlamentar afirmou que prefeitos estão “ligando desesperados” e apelou para que o dinheiro seja depositado “sem cerimônia e sem entrega de cheque”.
A fala é uma resposta direta ao plano do presidente afastado Rodrigo Bacellar (União), que havia marcado para o dia 9 de dezembro uma grande festa no Palácio Tiradentes para entregar cheques simbólicos às prefeituras — evento visto como movimento político para pavimentar sua pré-candidatura ao governo em 2026.
A cerimônia, porém, virou um fantasma: Bacellar foi preso na semana passada, solto na terça (09) e, no dia seguinte, pediu licença até 19 de dezembro, alegando tratar de “assuntos pessoais”. Por isso, ele não poderia comandar o evento tão desejado.
Bacellar está de tornozeleira eletrônica por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Disputa entre Reis e Bacellar é antiga
Rosenverg, irmão do ex-secretário de Transportes Washington Reis — que chegou a ser exonerado por Bacellar quando o deputado assumiu o governo interinamente — aproveitou o microfone para apertar Delaroli.
O presidente em exercício tentou esfriar o clima, lembrando que o repasse depende da sanção do governador Cláudio Castro (PL), mas garantiu que cobrou o tema em reunião recente.
Rosenverg, que votou “não” pela revogação da prisão de Rodrigo Bacellar, insistiu na entrega da verba prometida às prefeituras.
“Se o senhor quiser, posso ir como seu ajudante de ordem ao Palácio Guanabara. Conheço alguns caminhos mais rápidos lá dentro. Estou à disposição”, afirmou.

