O núcleo mais próximo a Jair Bolsonaro (PL) pediu ao governador Cláudio Castro (PL) que nomeasse o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, como secretário na estrutura do estado. O parlamentar está nos Estados Unidos desde o início do ano e a licença temporária de 120 dias terminou no último domingo.
O plano seria criar uma secretaria, com atuação nos Estados Unidos, uma espécie de representação fluminense nas terras do Tio Sam. Com a nomeação, o deputado conseguiria se licenciar novamente da Câmara, o que interromperia a contagem de faltas e evitaria o processo de cassação. Ou seja, Eduardo manteria o mandato.
O governador ficou na maior saia-justa diante do pedido.
Por um lado, seria um gesto de afago aos Bolsonaro — com quem Castro anda estremecido desde o episódio da demissão de Washington Reis da Secretaria estadual de Transportes. Mas, por outro, compraria uma briga com o governo federal e com integrantes dos tribunais superiores. O governador, inclusive, já teria feito consultas informais a interlocutores no Supremo Tribunal Federal (STF). A resposta que recebeu é que a ideia não seria bem recebida pelos ministros da Corte.
Castro sai da sinuca de bico com os Bolsonaro
Mas eis que a saída surgiu num passe de mágica… burocrática.
No Rio, a legislação impede que o secretário tome posse remotamente. Para assumir a pasta, Eduardo teria que vir ao Rio — coisa que o filho do homem já disse que não o fará, pois teme ser preso.
Até as palmeiras imperiais do Palácio Guanabara ouviram o suspiro aliviado do governador.