Não adiantou os assessores gritarem “bora trabalhar” para tentar fazer os vereadores da Câmara do Rio votarem a cassação do Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto concedidas aos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, presos sob a acusação de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL).
Pela quarta vez, na sessão desta terça-feira (28), a maioria dos nobres parlamentares fugiu da raia e sumiu do plenário bem na hora de votar o requerimento apresentado pela viúva de Marielle, a vereadora Monica Benício (PSOL).
Apesar das 40 presenças marcadas, apenas 18 se manifestaram, em 17 votos favoráveis pela revogação e uma abstenção. Sem quórum para deliberar, nada feito. A sessão continuou e a turma reapareceu.
Na sessão do dia 23 de maio, a autora do pedido foi quem ajudou a provocar a debandada. Para forçar os colegas a se declararem favoráveis ou contrários à cassação da homenagem — e, claro, lançar o resultado nas redes — Monica pediu votação nominal. Plenário esvaziado, ela depois pediu verificação de quórum e… para a surpresa de zero pessoas, havia muito mais parlamentares presentes, mantendo o quórum necessário para seguir em frente no restante da pauta.
O requerimento de revogação das homenagens aos irmãos Brazão foi discutido pela primeira vez na sessão de 9 de maio, quando um pedido de verificação do vereador Luiz Ramos Filho (PSD) derrubou a sessão inteira. No dia 16, a turma deu um novo olé e debandou momentaneamente, voltando em seguida para discutir assuntos menos polêmicos. Dos 44 presentes na data, apenas 21 votaram.
Para que seja definida a revogação ou não, é preciso que pelo menos 26 dos 51 vereadores se manifestem.
E, pelo visto, a pauta de medalhas — muito apreciadas, ainda mais em ano eleitoral — vai continuar travada. Monica se mantém firme em seguir pedindo votação nominal.