Neste sábado (14), a morte da engenheira Patrícia Amieiro completa 17 anos. Ela tinha 24 quando desapareceu após o carro em que estava ser atingido por tiros de policiais militares, na Barra da Tijuca. Até hoje, o caso segue sem desfecho.
Patrícia voltava de uma festa quando, segundo o Ministério Público, foi vítima de uma abordagem violenta por parte de PMs. A versão oficial apresentada pelos policiais afirma que a jovem perdeu o controle do veículo, colidiu contra dois postes e uma mureta. Mas, para a família, essa narrativa não convence.
“A cada ano que passa, a demora por justiça abre mais uma ferida que não cicatriza. Nossa família inteira foi condenada à dor, enquanto os responsáveis seguem impunes”, desabafa Adryano Amieiro, irmão da vítima.
Relembre o caso
O carro em que Patrícia estava foi encontrado às margens do Canal de Marapendi, na Barra, com o vidro estilhaçado e o porta-malas aberto. De acordo com o MP, o corpo da jovem foi retirado antes de o veículo ser lançado no canal, numa tentativa de encobrir o crime.
O corpo nunca foi encontrado. Em 2011, Patrícia foi oficialmente considerada morta. Se estivesse viva, ela teria hoje 41 anos.
No primeiro julgamento, realizado em dezembro de 2019, os PMs Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento foram condenados a três anos de prisão por fraude processual, mas recorreram em liberdade. Os também policiais Fábio Silveira Santana e Marcos Oliveira foram absolvidos. Todos continuam em liberdade e seguem na ativa na corporação.
Jornada de justiça por Patrícia Amieiro

Está marcado para o dia 5 de agosto o novo júri popular do caso. A data foi definida no ano passado pela juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, após pedido da defesa dos réus para o adiamento da sessão anterior.
A família de Patrícia segue mobilizada e pede que o caso não caia no esquecimento.
“Pedimos que, no próximo dia 5 de agosto, toda a sociedade e a imprensa estejam atentas ao júri popular. A justiça precisa ser feita. Nosso pai, que lutou até o último dia, partiu sem ver a justiça acontecer”, afirmou Adriano Amieiro.
Testemunha-chave
Em setembro de 2020, um taxista se apresentou ao Ministério Público e afirmou ter presenciado a ação dos policiais. Segundo ele, Patrícia foi retirada com vida de dentro do carro. O depoimento dele se tornou peça-chave para a reabertura do caso.