A Justiça do Rio definiu a data do júri popular de Monique Medeiros e do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, acusados da morte do menino Henry Borel, ocorrida em 2021.
A decisão foi proferida nesta terça-feira (18) pela juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Comarca da Capital. De acordo com o documento do II Tribunal do Júri, o julgamento vai acontecer no dia 23 de março de 2026.
‘O Henry viveu só quatro anos’
A definição da data ocorre após mais de quatro anos de trâmites processuais e recursos das defesas. O pai de Henry, vereador Leniel Borel (PP), que atua como assistente de acusação, comentou a decisão e destacou a dor da espera.
“Tenho mais tempo lutando por justiça pelo meu filho do que o tempo que tive com ele em vida. O Henry viveu só quatro anos. Há mais de quatro anos eu acordo e durmo com o mesmo pedido: que a verdade sobre o que fizeram com o meu filho seja dita diante de toda a sociedade”, afirmou Leniel.
Para o pai da vítima, a marcação do júri traz um misto de esperança e sofrimento.
“Ver a data do júri marcada é como reabrir uma ferida que nunca cicatrizou. Dói muito, mas também me dá esperança de que, enfim, o Henry será ouvido pela Justiça. Não é um processo qualquer: é o julgamento de um crime brutal contra uma criança de 4 anos que confiava nos adultos que deveriam protegê-la”, completou.
O caso Henry Borel
Henry Borel Medeiros morreu na madrugada de 8 de março de 2021, no apartamento onde morava com a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, Dr. Jairinho, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
O menino chegou a ser levado pelo casal a um hospital particular, onde alegaram que ele teria sofrido um acidente doméstico. No entanto, o laudo de necropsia do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a criança sofreu 23 lesões por ação violenta, incluindo laceração hepática e hemorragia interna.
As investigações da Polícia Civil concluíram que Henry era vítima de rotinas de tortura praticadas pelo padrasto e que a mãe tinha conhecimento das agressões. Jairinho e Monique foram denunciados pelo Ministério Público e respondem por homicídio duplamente qualificado.
O processo
Os réus foram presos em abril de 2021. Desde então, o caso passou por diversas fases judiciais, incluindo a instrução do processo e recursos em instâncias superiores, o que adiou a formação do Conselho de Sentença.
Agora, com a decisão da juíza Elizabeth Machado Louro, os sete jurados que decidirão o destino do casal se reunirão no dia 23 de março de 2026, no Fórum Central do Rio.

