A proprietária do imóvel usado no filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, desmentiu o prefeito Eduardo Paes (PSD) e afirmou nunca ter recebido qualquer proposta financeira da Prefeitura do Rio para transformar o local na sede da Casa do Cinema Brasileiro. O projeto havia sido anunciado por Paes em março, logo após o longa conquistar o Oscar de melhor filme estrangeiro.
As informações são da coluna de Ancelmo Gois, no jornal O Globo. O casarão de 450 metros quadrados, localizado na Rua Roquete Pinto, na Urca, Zona Sul, chegou a ser desapropriado pela prefeitura para o projeto.
Desistência do projeto
No entanto, Eduardo Paes anunciou, nesta quinta-feira (18), a desistência da iniciativa, alegando que o valor cobrado de R$ 18 milhões era muito alto, especialmente em comparação com os R$ 13 milhões que a prefeitura previa investir na Casa do Cinema Brasileiro.
“Tentamos negociar, mas R$ 18 milhões é muito dinheiro. Achei que tínhamos outras prioridades. Sabemos que o Rio é a capital do audiovisual brasileiro, mas R$ 18 milhões está muito acima daquilo que esperávamos quando anunciamos o projeto. Portanto, esse anúncio não será cumprido por ser muito caro”, afirmou Paes durante um compromisso.
‘Nunca fui procurada pelo prefeito’
Contudo, Lúcia Freitas, proprietária da casa, desmentiu a versão do prefeito e negou qualquer negociação de valores com a prefeitura.
“Nunca fui procurada pelo prefeito. Abrimos nossa casa para que arquitetos e corretores fizessem avaliações, mas nunca falamos em valores. Sempre soube das intenções da prefeitura pelos jornais”, disse Lúcia Freitas.
‘Pedido ao prefeito’
A proprietária também afirmou que espera que o prefeito revogue a desapropriação o quanto antes, para que a casa possa ser vendida. Atualmente, o imóvel voltou ao mercado, avaliado em R$ 18 milhões.
“Só queria fazer esse pedido ao prefeito: que ele revogasse a desapropriação para a gente poder vender”, finalizou a dona da casa na Urca.