A um mês da entrega das chaves da cidade ao Rei Momo, a Comissão de Carnaval da Câmara de Vereadores do Rio baixou “protocolo e regulamento para acesso e harmonia” no camarote dos nobres na Marquês de Sapucaí.
A primeira regra é que só pode entrar quem tiver convite (são dois por vereador, que pode usar os seus ou doá-los a quem bem entender). Mas parentes consanguíneos, como irmãos, irmãs, filhos, pais e mães, além de esposas e maridos que não tiverem convites, não serão barrados. Desde que consigam chegar até a porta do camarote — ou seja, se entrarem na Sapucaí por conta própria, poderão se estabelecer no cafofo de Pedro Ernesto na terra do samba. Sempre cabe mais um.
A exemplo das escolas na avenida, o camarote da Câmara será dividido em alas. Duas, para sermos mais exatos. A da direita, para convidados. A da esquerda, para vereadores e seus parentes. Na divisão, não há ideologia envolvida, é bom deixar claro. A polarização da política ainda não se reflete no carnaval.
O documento segue com algumas regrinhas, como o uso de pulseiras com cores diferentes a cada dia de desfiles. E o texto, assinado pelo vereador Doutor Gilberto (SDD), é encerrado com o aviso: é necessário o respeito aos colaboradores, ao cerimonial, aos coordenadores do camarote e à Coordenadoria Militar.
“Solicitamos a todos os vereadores que orientem seus convidados quanto ao comportamento (…), evitando excessos e atitudes desarmônicas”. Os encrenqueiros serão retirados do recinto.
Se alguém acha desnecessário baixar protocolo com as regras da boa convivência, é bom saber que em anos anteriores já houve confusão, babado e gritaria. Inclusive com pessoas que compraram os convites das mãos de nobres ou assessores que preferiram descolar um troco no carnaval a assistir aos desfiles.
Mesmo tendo direito a boca livre, claro, já garantido no pacote pela coordenação de carnaval da Liesa.