O Aterro do Flamengo é quase um sexagenário. E o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) destaca a importância de planejamento e gestão para garantir uma bem-sucedida reurbanização de um dos espaços públicos mais queridos do carioca.
“É necessário implementar uma gestão específica para o Aterro do Flamengo, voltada a garantir equipamentos e áreas adequadas de lazer para a população”, afirma o presidente do CAU/RJ, Sydnei Menezes, sobre projeto que prevê a reurbanização do parque, incluindo a Orla Burle Marx e a conversão de um estacionamento subutilizado em uma nova área verde destinada ao lazer e à realização de eventos.
A proposta também contempla intervenções como a implantação de um sistema de drenagem, nova pavimentação e a criação de área exclusiva para embarque e desembarque de veículos. A licitação das obras está prevista para o dia 14 de julho, com início programado para outubro de 2025, mês em que o parque completará 60 anos.
Presidente do CAU/RJ diz que o Aterro do Flamengo precisa de um Plano Diretor completo
Embora reconheça a importância do projeto de revitalização, o presidente do CAU/RJ alerta que a iniciativa ainda é limitada e não contempla as reais necessidades do espaço público.
“A prefeitura está de parabéns, mas é importante lembrar, e chamar a atenção, que a iniciativa ainda é insuficiente. O Aterro do Flamengo precisa, na verdade, de um Plano Diretor completo, e não apenas dessa ação pontual de recuperação, restauração e recomposição paisagística. É preciso que haja banheiros, bares, quiosques, uma infraestrutura mínima que atenda à presença das pessoas nessa grande área verde da cidade”, ressalta Menezes.
Idealizado por Lota de Macedo Soares, com projeto arquitetônico de Affonso Eduardo Reidy e paisagismo de Roberto Burle Marx, o Aterro do Flamengo é reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade. Com 1.300.000 m², o espaço abriga jardins, quadras esportivas, pistas de corrida, áreas de lazer e acesso à praia.
“Preservar o Parque é preservar um legado. É um espaço gratuito, democrático e essencial para a vida urbana. Um projeto com tamanha relevância exige planejamento de longo prazo, atenção constante e o compromisso coletivo de valorização do patrimônio público”, reforça o presidente do Conselho.