O governador Cláudio Castro (PL) viajou com a família para passar duas semanas na Flórida, terra da Disney. Deixou o vice, Thiago Pampolha, em seu lugar.
Mas é janeiro — e como se sabe desde os tempos dos tupinambás, sempre chove no balneário. E muito. É mês de alagamentos, deslizamentos, desabamentos — e mortes.
Castro jogou com a sorte, e não deu. Dois dias depois do seu embarque, o céu desabou sobre o Rio. Já que o titular estava no berço do Mickey e do Pateta, caberia a Pampolha a tarefa de cuidar do estado.
Mas o que fez o governador? Publicou um post dizendo que estava “coordenando”, lá dos Estados Unidos, as ações das secretarias e dos órgãos estaduais.
Torceu a realidade. Ninguém administra os efeitos de uma catástrofe à distância. Não à toa os governantes sempre põem os pés na lama e vão a campo ver os estragos. Mas não só. Também trabalhou para esvaziar o vice — que era, de fato, o responsável por esta coordenação.
Pampolha, recentemente, deu um passo ousado — e talvez equivocado — ao trocar de partido dois anos antes da próxima eleição estadual. Não esconde o interesse em ser o próximo governador. Colocou-se, e por livre iniciativa, no alvo.
Castro apagou o post 11 horas depois da publicação. Foi tarde. Já havia sido espancado pela opinião pública, por estar de férias num momento destes. E também pela politica, que leu o gesto como uma tentativa de esvaziar o vice.