Apesar de acordo no colégio de líderes para encerrar a polêmica revogação do Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto concedidas aos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, os vereadores deram para trás no plenário e fugiram, mais uma vez, da votação na sessão desta terça-feira (04).
Mesmo com 40 presenças registradas, apenas 18 vereadores votaram pela cassação e dois se abstiveram. Sem quórum para deliberar, os irmãos continuam com a honraria. Com o prosseguimento da sessão, a vereadora Monica Benício, viúva de Marielle Franco, criticou a manutenção da homenagem aos presos acusados de terem mandado matar a vereadora, em 2018.
“Entendo que exista medo para revogar as medalhas e o medo paralisa. A pergunta é: Chiquinho e Domingo merecem carregar o Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto?”, questionou Monica, acrescentando que vai continuar pressionando para derrubar a honraria.
Em seguida, Waldir Brazão (União) criticou o fato de Monica pedir votação nominal para “colocar a população contra a Câmara”. Ele pediu que os vereadores votem na próxima quinta-feira pela abstenção para “encerrar o caso”.
“Ela (Monica) pede nominal e acaba não passando. Então, peço aos vereadores que votem na quinta-feira, votem pela abstenção se quiser, até porque eles não foram julgados ainda. Na frente, a gente volta com esse pedido em função do que for julgado. Aí encerramos esse teatro do PSOL, que está colocando os vereadores contra a população”, disse Brazão.
Para que seja definida a revogação ou não, é preciso que pelo menos 26 dos 51 vereadores se manifestem.
A revogação foi discutida pela primeira vez na sessão de 9 de maio, quando um pedido de verificação do vereador Luiz Ramos Filho (PSD) derrubou a sessão inteira. No dia 16, a turma deu um novo olé e debandou momentaneamente, voltando em seguida para discutir assuntos menos polêmicos. Dos 44 presentes na data, apenas 21 votaram.
A debandada seguiu na sessão do dia 23 de maio, quando a autora do pedido, para forçar os colegas a se declararem favoráveis ou contrários à cassação da homenagem — e, claro, lançar o resultado nas redes — pediu votação nominal. O cenário se repetiu na semana passada, dia 28, na quarta sessão em que o requerimento chegou a ser votado, mas não teve quórum.