Está declarada a guerra. Irritada com as provocações dos aliados do prefeito Eduardo Paes (PSD) — que não estão deixando barato o fato de os irmãos Amorim, o deputado Rodrigo e o vereador Rogério, terem nomeado assessores que, posteriormente, teriam furtado um apart-hotel em Niterói — a bancada do PL na Câmara do Rio prometeu uma devassa nas gestões do petista Adilson Pires em secretarias municipais.
Mas a turma do outro lado da trincheira também está disposta a investigar. E já achou, por exemplo, os registros das doações à última campanha do deputado estadual Amorim, em 2022, feitas pelo advogado criminalista Luis Mauricio Martins Gualda (executor do furto e ex-assessor de Rogério); e o empresário Alexandre Ceotto (apontado como mentor do crime e ex-assessor de Rodrigo).
Ceotto, então correligionário do parlamentar no PTB, doou R$ 10 mil. Gualda, conhecido de longa data do deputado estadual, doou R$ 8 mil.

Irritação com o título ‘Lei Família Amorim’
Adilson Pires virou alvo da ira dos bolsonaristas porque seu sobrinho, o vereador Felipe Pires, apresentou um projeto para proibir, no município do Rio, a venda de máscaras realistas — como a que foi usada por Gualda no furto — e batizou o texto, com ironia, de “Lei Família Amorim”.
Felipe também fez festinha com os secretários municipais Didi Vaz e João Pires, que circularam ontem pela Câmara com máscaras nos rostos.
Provocação das galerias
Uma turma ocupou as galerias do velho Palácio Pedro Ernesto, na sessão de quinta-feira (15), disposta a provocar Amorim. Muitos usando máscaras, cantavam: “Rogério é bom companheiro, Rogério bom companheiro… de quem sabe roubar”.
Irritado, Amorim foi se sentar ao lado do bispo Inaldo Silva (Republicanos), que portava um relógio de pulso avantajado. Os engraçadinhos passaram a gritar para o vereador da Igreja Universal tomar cuidado — o advogado Gualda confessou que invadiu o apart-hotel em busca de US$ 1 milhão, mas, como não encontrou, levou oito relógios mesmo.