Anthony Garotinho (Republicanos), ex-governador e ex-secretário de Segurança do Rio, afirmou que 47 deputados recebem mesada na Assembleia Legislativa (Alerj). A declaração foi dada durante seu depoimento à CPI do Crime Organizado, nesta terça-feira (16), no Senado Federal.
Em sua fala, ele afirmou que esse esquema faz parte de uma organização criminosa montada pelo governador Cláudio Castro (PL) e pelo deputado Rodrigo Bacellar (União).
“Rodrigo Bacellar e o governador montaram duas organizações criminosas, uma na Assembleia Legislativa. Se essa investigação for a fundo, vai mostrar a lamentável situação. Corrupção não tem partido. Tem gente envolvida de todo e qualquer partido. Tem uma lista com 47 deputados que recebem mesada. Vai aparecer, está no telefone dele [Bacellar]”, afirmou Garotinho.
Garotinho foi convidado para explicar a dinâmica do crime no Estado do Rio
O convite a Garotinho foi feito pelo relator da comissão, senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Segundo o parlamentar, o ex-governador “detém conhecimento qualificado sobre a dinâmica de atuação do crime organizado e suas possíveis conexões com agentes públicos.”
O mandachuva de Campos tem estado nos holofotes nas últimas semanas. Além de usar suas redes sociais quase diariamente para fazer duras críticas a Castro e a Bacellar, ele chegou a participar de um desafio no YouTube, debatendo com um grupo de jovens conhecido como “Os Contra Políticos”.
CPI do Crime Organizado também convoca Bacellar para depoimento
Presidida pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), a CPI do Crime Organizado foi instalada em 4 de novembro com o objetivo de apurar a atuação, a expansão e o funcionamento de organizações criminosas em todo o território brasileiro. Entre os focos estão as investigações contra o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os trabalhos da comissão, que conta com 11 titulares e sete suplentes, seguirão até 14 de abril de 2026. Outro que será ouvido é Bacellar, afastado da presidência da Alerj nos desdobramentos de uma operação da Polícia Federal contra o crime organizado. Ele cumpre medidas cautelares em liberdade.

