Muito antes do período eleitoral, já tem gente em campanha. Mais precisamente, para a presidência da Câmara do Rio. Disposto a não perder espaço na Prefeitura do Rio, quando Eduardo Paes (PSD) se afastar para concorrer ao governo do estado, o deputado federal Pedro Paulo (PSD) se vestiu de cabo eleitoral do vereador Márcio Ribeiro (PSD) — líder do governo no velho Palácio Pedro Ernesto.
Agenda na mão, o deputado já começou a ligar para os eleitores.
Eleição dependeria da abertura de vaga no Tribunal de Contas
Embora o mandato do atual presidente, Carlo Caiado (PSD), só termine em dezembro do ano que vem, sempre há quem aposte na possibilidade de um conselheiro do Tribunal de Contas do Município antecipar a aposentadoria — e abrir vaga para o moço.
Não é de hoje que os nobres vêm pensando num jeitinho de resolver a sucessão na Cinelândia por antecipação — até para pacificar a Câmara do Rio.
Mas, por enquanto, trata-se da mais pura especulação. De concreto mesmo, só existe o fato de o conselheiro Nestor Rocha completar 75 anos, idade para aposentadoria compulsória, em outubro de 2027.
Um dos argumentos dos aliados é a necessidade de contrabalançar o poder de Cavaliere no ano que vem
A campanha antecipada, porém, vem a calhar — já que muitos vereadores não gostam do vice-prefeito Eduardo Cavaliere (PSD), o homem que assume o Palácio da Cidade em 2026 se Paes renunciar.
A escolha de Márcio Ribeiro para a presidência da Câmara do Rio, dizem os aliados do moço, ajudaria a “controlar Cavaliere”. Pelo sim, pelo não, o argumento tem calado fundo no peito de muitos indecisos.
O rival Willian Coelho perdeu terreno nos últimos tempos na disputa pelo comando da Câmara do Rio
O principal adversário do pupilo de Pedro Paulo seria o atual vice-presidente, William Coelho (DC).
O moço chegou a dar uma arrancada na candidatura ao posto mais alto da Câmara do Rio em meados do primeiro semestre do ano, mas alguns infortúnios deixaram o Coelho mais longe da toca, ou melhor, do comando do legislativo.
Para começar, a rixa com o grupo do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha — de quem já foi aliado e passou a ser desafeto — tem desgastado sua imagem com os colegas de plenário.
Para piorar, em setembro ele perdeu a presidência do diretório estadual do Democracia Cristã.
O chefão de legenda no estado passou a ser Mauro Raphael Cozzolino Nascimento, primo de Renato Cozzolino (PP), prefeito de Magé, cidade da Baixada Fluminense.

