Imprensado por integrantes de sua própria base, o governador Cláudio Castro (PL) decidiu tomar nas mãos a coordenação política de seu mandato. Já faz tempo que a relação com a Assembleia Legislativa desandou, mas a última reunião da CPI da Transparência — que, apesar de comandada por deputados do seu PL e de partidos aliados, convocou sete secretários de uma só vez — acendeu a luz de emergência.
A estratégia desenhada pelos conselheiros de Castro é dividir para conquistar. Os alvos passaram a ser deputados que têm ascendência sobre pequenos grupos no Legislativo. Se o parlamentar puder garantir dois votos em plenário, já é recebido no Palácio Guanabara com tapete vermelho. Aos pouquinhos, a ideia é isolar os rebeldes num grupo menor que o da esquerda na casa. Ou seja tocar o processo em banho-maria até o recesso. E, depois, partir para a asfixia e tomar a presidência da Alerj.
As dificuldades que Castro terá pela frente
Quando passa para o campo da realidade, no entanto, Castro enfrenta a redução da expectativa de poder, já que só vão restar dois anos de mandato. E a falta de recursos para investimentos em obras — a mais antiga tática da política para atrair aliados.
Mas a maior dificuldade, mesmo, é convencer a turma da Carioca de que há credibilidade nas propostas do palácio. Nos corredores do Alerjão, não faltam histórias de quebra de confiança para contar.
A política barata de varejo (obras) que sustenta Castro até aqui desmorona num sopro apenas. Esse paraquedista aventureiro, vice do Witzel, deve ser expurgado rapidamente para o bem do Estado e sua importância histórica.