Um inquérito policial militar (IPM) da Corregedoria da PM indiciou dois policiais pela morte de Herus Guimarães Mendes, de 23 anos, ocorrida em 7 de junho durante uma operação do Bope no morro do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio. No momento da ação, ocorria uma festa junina e, além de Herus, outras cinco pessoas ficaram feridas. As informações são do G1.
O sargento Daniel Sousa Silva, do Bope, admitiu em depoimento que disparou 13 vezes, após, segundo seus relatos, a equipe ter sido alvo de tiros de criminosos. A Corregedoria da PM concluiu o inquérito e enviou o caso à promotoria do Ministério Público junto à Auditoria de Justiça Militar, mas o relatório ainda não foi divulgado internamente.
O Ministério Público aguarda a conclusão do inquérito da Delegacia de Homicídios da Capital e pretende ouvir novas testemunhas nesta semana. A investigação inclui análises técnicas da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia, que está reconstruindo em 3D o cenário do crime.
Após a operação, o governador Cláudio Castro (PL) exonerou os comandantes do Bope e do Comando de Operações Especiais (Coe), além de afastar outros 12 policiais das ruas. Três meses depois, no dia 1º de setembro, o coronel Aristheu de Goes Lopes, que comandava o Bope na época, foi nomeado para o cargo de superintendente de Gestão Integrada da PM.
Herus foi morto durante uma festa tradicional da favela, com visitantes de outras regiões. O sargento afirmou que os disparos foram uma resposta ao ataque de traficantes, contrariando a primeira versão da PM, que dizia que nenhum policial havia atirado naquela noite.