A concessão de parques públicos à iniciativa privada na cidade do Rio de Janeiro tem potencial para impulsionar o mercado imobiliário, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-Rio). De acordo com o presidente da entidade, Claudio Hermolin, imóveis localizados no entorno dessas áreas verdes podem se valorizar entre 10% no curto prazo e até 20% no médio e longo prazos.
A iniciativa oficializada no último dia 5, no Diário Oficial do Município, foi antecipada em abril pelo secretário de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento, Gustavo Guerrante, durante entrevista ao Sinduscast Rio, videocast do Sinduscon-Rio. O modelo adotado prevê a gestão e manutenção dos parques por empresas privadas, com foco em melhorias estruturais, segurança e qualificação dos espaços públicos.
“A expectativa do setor é que as concessões resultem em ganhos concretos para os moradores e para a economia da cidade. A parceria com a iniciativa privada traz investimentos relevantes e contribui para um desenvolvimento urbano mais sustentável e integrado”, afirma Hermolin.
A concessão do Parque do Ibirapuera já teve a valorização como efeito
Inspirado em experiências bem-sucedidas no Brasil — existe uma iniciativa neste sentido também em Recife — e no exterior, o projeto segue os moldes adotados em São Paulo, especialmente no Parque do Ibirapuera. Um estudo feito pelo Secovi-SP em parceria com a vice-presidência do Sudeste da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o Sinduscon-Rio revelou que, na capital paulista, imóveis localizados a até 1 km do Ibirapuera valorizaram, em média, 6,2% nos últimos 12 meses e 13,5% nos últimos dois anos. Além disso, o valor do metro quadrado nessas áreas é 3,57% superior ao de bairros mais afastados.
Além de aliviar os cofres públicos, o novo modelo de gestão promete maior eficiência e modernização dos parques urbanos. Para o setor imobiliário e da construção civil, a medida representa uma oportunidade de fortalecimento, com os parques se transformando em ativos urbanos integrados ao crescimento das cidades. Em São Paulo, por exemplo, o preço médio do metro quadrado chegou a R$ 11.374 em maio de 2025, refletindo uma valorização acumulada de 13,5% em dois anos.
Outros exemplos na capital paulista reforçam essa tendência. Os parques Villa-Lobos e Cândido Portinari, na Zona Oeste, foram concedidos ao Consórcio Novos Parques Urbanos em 2022. Desde então, bairros vizinhos, como Alto de Pinheiros e Vila Leopoldina têm registrado expressiva valorização.
Dados da plataforma Loft indicam que imóveis localizados num raio de até 1 km dos dois parques valorizaram, em média, 7,85% nos últimos 12 meses e 15,05% nos últimos 24 meses. O estudo também aponta que o metro quadrado nesse perímetro é 2,04% mais caro em comparação com áreas localizadas entre 1 km e 2 km de distância.