A Polícia Civil do Rio iniciou, nesta terça-feira (27), a “Operação Caronte”, que investiga uma fraude milionária no sistema do Bilhete Único Intermunicipal. O esquema, que gerou um prejuízo estimado em dezenas de milhões de reais por ano, envolvia viagens fantasmas usadas para receber subsídios do governo estadual.
De acordo com a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), o golpe era praticado por donos de vans que atuam em linhas intermunicipais entre o Centro do Rio e municípios da Baixada Fluminense, como Duque de Caxias, Magé e Guapimirim.
Nesta terça-feira, os agentes cumprem nove mandados de busca e apreensão. Há, ainda, a suspeita de que veículos roubados eram usados na fraude. Os envolvidos devem responder pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, que, somados, podem levar a penas superiores a 30 anos de prisão.
O esquema
Segundo as investigações, os criminosos usavam o sistema de bilhetagem eletrônica para simular dezenas de validações de passagens, muitas vezes com o veículo parado e vazio. Em apenas uma hora, uma única van chegou a registrar 34 validações, mesmo sem transportar nenhum passageiro.
Cada validação gerava um crédito que deveria ser usado para compensar as tarifas dos usuários. Porém, com as viagens simuladas, o dinheiro público ia diretamente para os bolsos dos fraudadores. Além da fraude no transporte, a polícia também investiga se parte das vans usadas no esquema era de origem criminosa, com suspeitas de uso de veículos roubados.