Não é à toa que o prefeito Eduardo Paes (PSD) anda cabreiro com a Câmara de Vereadores. O projeto que institui a nova versão de mais-valia e mais-valerá passou raspando em primeira discussão.
Foi aprovado com apenas três votos a mais do que os 26 que seriam necessários — o placar foi 29 a favor, nove contra e uma abstenção.
PT não ajudou, mas também não atrapalhou
A sorte do alcaide é que o PT sempre surpreende.
Apesar de o projeto destoar do Estatuto da Cidade — uma das bandeiras mais caras aos urbanistas progressistas e da esquerda — Felipe Pires, sobrinho do fiel secretário Adilson Pires, votou com o governo. Maíra do MST se absteve. Leonel de Esquerda — que os mais radicais dizem estar cada vez mais “de centro” — e Niquinho, o suplente que é afilhado político do prefeito de Maricá, Washington Quaquá —também não votaram.
A próxima pedreira de Paes na Câmara
Paes já teve dificuldades em aprovar a autorização para a Prefeitura do Rio contrair novos empréstimos. Ele queria chegar a R$ 6 bilhões — mas os vereadores só permitiram aumentar o endividamento da cidade em mais R$ 2,2 bilhões. A expectativa foi reduzida a praticamente um terço.
E a grande pedreira ainda está por vir. Os nobres — inclusive os governistas — estão preparando uma série de emendas ao projeto de lei complementar que vai estabelecer as regras para o uso de armas pela Guarda Municipal. Paes queria uma tramitação rápida. Mas pode esperar sentado, porque vai demorar…