A Polícia Civil já identificou o proprietário do casarão que desabou na Rua Senador Pompeu, próximo à Central do Brasil, no fim de março. Segundo o delegado responsável pela investigação, o dono será intimado para depor na próxima semana. O desabamento causou a morte de um homem que estava dentro do próprio carro, estacionado ao lado do prédio. As informações são da CBN.
Segundo o delegado, os investigadores aguardavam dados repassados pela prefeitura sobre a titularidade do imóvel — os documentos foram enviados pouco antes do feriado prolongado. O imóvel, de três andares e térreo comercial, era do início do século XX e estava em péssimo estado de conservação. Laudos da prefeitura já apontavam a estrutura como crítica há mais de dez anos.
Após o colapso, os dois andares superiores, que ainda ofereciam risco, foram demolidos pela Secretaria Municipal de Conservação. O desabamento acendeu o alerta para a situação de prédios antigos e abandonados na região central da cidade. Nesta quinta-feira (24), a Câmara do Rio realizou uma audiência pública para discutir o tema.
A audiência pública
A audiência foi convocada pela Comissão de Assuntos Urbanos após o desabamento do casarão da Rua Senador Pompeu, ocorrido no início da tarde de 20 de março. Segundo Pedro Duarte (Novo), presidente da comissão, 783 construções já foram vistoriadas por seu mandato, sendo que 112 imóveis históricos foram demolidos ou não localizados, 107 estão desocupados e 109 são subutilizados.
Dados da subprefeitura do Centro apontam que cerca de 160 prédios na região estão em avançado estado de deterioração, representando risco para pedestres e motoristas. Na audiência, mais de 30 órgãos públicos foram convidados, entre eles a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE), a Defesa Civil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Secretaria Estadual de Habitação e o Ministério Público (MPRJ).
Também participarão o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ), o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias (Ibape-RJ), a Firjan e a organização SOS Patrimônio. Além de Pedro Duarte, a comissão é também formada por Zico (PSD), vice-presidente, e Átila Nunes (PSD), vogal.
O objetivo deles é analisar e opinar sobre temas relacionados ao planejamento urbano da cidade, incluindo planos setoriais, regionais e locais, o cadastro territorial, a realização de obras e serviços públicos, e a preservação das áreas verdes e de lazer.