Fechado para visitação desde 2020, o Museu Nacional de Belas Artes, localizado na Praça da Cinelândia, está com mais de 90% de sua reforma concluída, segundo estimativas dos arquitetos envolvidos no projeto. Trata-se da maior obra já realizada no edifício, o primeiro local de funcionamento da Escola Nacional de Belas Artes.
Embora o Museu Nacional de Belas Artes tenha sido legalmente criado em 1937 e inaugurado em 1938, o edifício é mais antigo. Ele foi construído entre 1906 e 1908, durante as modernizações urbanísticas realizadas pelo prefeito Pereira Passos no Rio de Janeiro, que era na época a capital federal.
O prédio possui 20.958 metros quadrados e guarda um dos maiores acervos do país, com aproximadamente 70 mil itens, incluindo diversas obras emblemáticas para a história brasileira. Entre elas, estão as telas Primeira Missa no Brasil e Batalha dos Guararapes, concluídas respectivamente em 1861 e em 1879 pelo pintor Victor Meirelles.
A obra
O Museu Nacional de Belas Artes celebrou nesta última segunda-feira (13) o aniversário de 88 anos da assinatura do Decreto-Lei 378/1937 pelo então presidente Getúlio Vargas, no qual foi criada a instituição. Para marcar a data, foi realizada uma palestra com arquitetos envolvidos na reforma.
Apesar do estágio avançado da obra, a expectativa é de que a reabertura completa ocorra apenas em 2026. No entanto, a museóloga Daniela Matera, diretora de museu, conta que ao longo desse ano pretende realizar diversos eventos nos espaços que já estiverem liberados.
Iniciada há quase cinco anos, a reforma envolveu praticamente todo o edifício. Na fachada, por exemplo, foram restaurados os relevos em terracota, os baixos-relevos, os nichos e os medalhões com retratos de membros da Missão Artística Francesa que desembarcou no Brasil em 1816. Esquadrias e vidros também foram todos recuperados. Para a parte interna, também foi desenvolvido um projeto de proteção contra incêndio.
Agora, uma das principais pendências antes da reabertura completa é a reforma do sistema elétrico, que contará com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A petrolífera Shell, patrocinadora master do Museu, irá financiar a climatização e os trabalhos de renovação das atividades educativas e da exposição de longa duração.
Há ainda o apoio da Associação de Amigos e Colaboradores do Museu Nacional de Belas Artes (ABA) na atualização do acervo de arte contemporânea e no desenvolvimento do projeto executivo para uso do cine-teatro.
Com Agência Brasil.