O estado do Rio, conhecido por suas paisagens deslumbrantes, continua a surpreender. Neste verão de 2025, enquanto muitos buscam o frescor das praias, uma nova tendência tem ganhado força entre os fluminenses: as trilhas.
Um dos maiores símbolos dessa mudança é o Parque Nacional da Tijuca, localizado na Zona Norte da capital, que conta com cerca de 200 quilômetros de trilhas, muitas das quais são as mais famosas da cidade. Em 2023, o parque bateu recorde histórico de visitantes, superando a marca de 4,4 milhões de pessoas, tornando-se o mais visitado do Brasil.
Trilhas viram opção para os jovens
O estudante de nutrição Paulo Moreira, de 23 anos, é um dos entusiastas dessa tendência e pretende aproveitar as férias para explorar ainda mais as trilhas locais. Ele mora na Lagoa, na Zona Sul do Rio.
“Eu sempre tive o desejo de escapar um pouco do caos da cidade, e as trilhas se tornaram uma maneira de aliar minha paixão por atividades ao ar livre à necessidade de momentos de tranquilidade. Comecei com o Pico da Tijuca, que tem uma vista incrível, e desde então não parei mais”, relata Paulo.
Para ele, o aumento na procura por essas atividades não é uma surpresa.
“O Rio tem tantas opções de trilhas, com diferentes níveis de dificuldade e cenários deslumbrantes, que se torna o programa perfeito para o verão. Além disso, as montanhas da cidade são tão bonitas que nos dão a sensação de que o mundo todo acaba aqui”, diz.
Criação da Rede Trilhas
Em 2018, os ministérios do Turismo e do Meio Ambiente criaram a Rede Trilhas com o objetivo de promover os caminhos como ferramenta de conservação da biodiversidade, de conectividade das paisagens e de geração de emprego e renda nas áreas ao redor das trilhas.
Em setembro do ano passado, durante o 2º Congresso Brasileiro de Trilhas, realizado em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, foi lançado um boletim com a atualização mais recente da Rede Trilhas.
Atualmente, a rede conta com mais de 30 trilhas cadastradas, totalizando cerca de 10 mil quilômetros de percursos que atravessam 51 unidades de conservação, abrangendo 20 estados e 220 municípios.
Dicas da Rede Trilhas
- Trilha Transcarioca (Zona Oeste do Rio)
Trilha pioneira de longo percurso no Brasil, que oferece ao visitante a oportunidade de explorar atrativos naturais pouco conhecidos da cidade, além de revelar a Cidade Maravilhosa de ângulos surpreendentes e deslumbrantes. A trilha pode ser percorrida em sua totalidade ou em trechos específicos, conforme o interesse, a condição física e o tempo disponível de cada caminhante.
Como chegar: pegue a Av. das Américas (Barra da Tijuca) até o final e, após atravessar o túnel da Grota Funda, fique atento para a saída para Barra de Guaratiba. Após sair continue pela Av. Roberto Burle Marx até o final. Estacione, e no final da Avenida, siga a sinalização da Trilha Transcarioca.
- Volta à Ilha Grande (Angra dos Reis)
A trilha contorna toda Ilha Grande, conectando praias e comunidades com os mais diversos costumes. Na ilha existem comunidades japonesas, evangélicas, de pescadores e famílias remanescentes do período do presídio. O caminhante irá percorrer entre 10km e 16km por dia e sem peso extra, tornando este trekking um dos mais belos e com boa infraestrutura do país.
Como chegar: Ilha Grande fica localizada no município de Angra dos Reis e seu acesso se dá pela estação principal de embarque (no centro da cidade) onde se pode encontrar dois tipos de transporte.
- Rota Charles Darwin (Niterói, Maricá e Saquarema)
A Rota oferece ao visitante a experiência de percorrer parte do caminho realizado pelo naturalista britânico Charles Darwin em sua passagem pelo Brasil no século XIX. Por sua extensão, a trilha abrange florestas, restingas, manguezais, trechos urbanos e importantes pontos turísticos de três municípios litorâneos do Rio de Janeiro. Porta de entrada para a Volta ao Rio, a trilha integra aspectos históricos à beleza cênica, possibilitando a contemplação de paisagens únicas.
Como chegar: a Rota Darwin tem início na Praça Araribóia, no Centro de Niterói, que pode ser acessada pelo transporte hidroviário a partir do Rio de Janeiro. Por estar situada em um centro urbano, a malha rodoviária municipal e intermunicipal também atende o visitante.
- TranSaquarema (Saquarema)
A TranSaquarema interliga mais de 15 bairros por caminhadas em meio à natureza, explorando mirantes, riachos, cachoeiras, restingas, entre outros. A trilha está subdividida em 8 trechos, que visam conectar paisagens e ecossistemas, funcionando como verdadeiros corredores ecológicos para fauna e flora, incentivando a conscientização ambiental e a conservação dos ambientes naturais.
Como chegar: pela Rodovia RJ-106 (Amaral Peixoto), entrar na Estr. do Universalismo (referência: 2,07km do Queijão), início do 1º trecho a 245m da rodovia.
- Caminhos da Serra do Mar (Magé, Petrópolis, Teresópolis, Guapimirim e Friburgo)
Os Caminhos da Serra do Mar cortam algumas das unidades de conservação do Mosaico da Mata Atlântica Central Fluminense, como o Parque Nacional da Serra dos Órgãos e a área de Proteção Ambiental de Petrópolis. Entre os ambientes visitados durante todo o percurso têm destaque os diversos ecossistemas associados ao bioma Mata Atlântica. A trilha é ideal para a prática de montanhismo, caminhadas, contemplação, recreação e lazer.
Como chegar: o início da trilha se dá no Caminho do Ouro, em Magé, chegando ao Município de Teresópolis.
- Caminhos de Rio das Ostras (Rio das Ostras)
Os Caminhos de Rio das Ostras, Rota Costeira, é uma trilha que passa por três unidades de conservação e é dividida em sete trechos. Além da beleza e particularidades dessas áreas protegidas, o caminho cruza o próprio Rio das Ostras, um sistema lagunar e uma grande geodiversidade. O caminho também atravessa muita cultura e história que remete ao passado de Rio das Ostras.
Como chegar: o início se dá ao lado da Rodoviária da cidade.
Todas as descrições das trilhas, assim como a localização, foram redigidas e publicadas no boletim da Rede Trilhas.