Depois de meses de negociações truncadas e negativas categóricas, o jogo virou. A partir desta quarta-feira (4), os hospitais do Andaraí (HFA) e Cardoso Fontes (HFCF) passam oficialmente para a gestão municipal. O acordo de cooperação técnica entre o presidente Lula (PT) e o prefeito Eduardo Paes (PSD) colocou um ponto final no impasse sobre os repasses federais, abrindo caminho para reformas estruturais e ampliação dos serviços nas unidades.
Os planos da prefeitura são ambiciosos: emergências reabertas, novas alas e leitos reformados, modernização do parque tecnológico e centros de imagem atualizados. No papel, os hospitais devem dobrar sua capacidade de atendimento ambulatorial e incluir 500 atendimentos de emergência diários até 2026, sendo 300 no HFA e 200 no HFCF. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz (PSD), não esconde a pressão.
“Temos um cronograma apertado, mas possível. Cada dia de atraso é um dia que deixamos de atender a população. Temos muito a fazer e a entregar”, destacou o secretário.
Com mais de 400 leitos a serem adicionados — chegando a 700 no total —, as promessas de mudança buscam resgatar duas unidades marcadas por anos de sucateamento. Paes comemorou o avanço, agradecendo ao presidente Lula e à ministra Nísia Trindade, mas não deixou de marcar território.
“A saúde é uma área que eu invisto muito. Vamos enfrentar este desafio e ajeitar os dois hospitais. É importante assumir essa gestão em parceria com o Governo Federal”, disse o prefeito.
Os números impressionam: o Andaraí terá capacidade de produção saltando de 83 mil para 167 mil procedimentos anuais, enquanto o Cardoso Fontes passará de 153 mil para 306 mil até 2026. Com os investimentos previstos, a expectativa é triplicar os exames e modernizar serviços oncológicos e de imagem, incluindo ressonância magnética e tomografia.
O Eduardo Paes já até mandou fechar um hospital federal municipalizado, que foi a maternidade Praça XV.