A Prefeitura do Rio anunciou, na manhã desta segunda-feira (4), o Plano Verão 24/25. O planejamento conta com medidas para prevenir transtornos causados pelo calor intenso e pelas fortes chuvas, comuns nesta época do ano.
Entre as medidas previstas está a utilização do Protocolo de Calor, em vigor desde julho deste ano. Além disso, haverá o uso do super-radar 3D Vaisala WRS400 para chuvas e do Modelo Avaliação de Perigos de Deslizamento para Consciência Situacional (Lhasa), tecnologia da Nasa que monitora possíveis deslizamentos.
Nos útlimos quatro anos, o poder público investiu R$ 3,3 bilhões. Os recursos foram aplicados em 488 iniciativas de prevenção, manutenção, pronta resposta e aquisição de tecnologia. Durante o anúncio do plano, o prefeito Eduardo Paes (PSD) comentou sobre as ações postas em prática.
“O Rio é uma cidade que, historicamente, tem episódios de grandes chuvas no Verão que causam muitos transtornos e que, infelizmente, ao longo da história, provocaram muitas mortes. Mas o Rio vem, desde 2010, especialmente a partir da criação do Centro de Operações, buscando minimizar os impactos dessas chuvas”, disse.
Primeiro verão do Protocolo de Calor
O verão 2024/2025 será o primeiro após a criação do Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo, que detalha as medidas de assistência e vigilância em saúde. Inédito, o protocolo cria normas de comunicação e preparação de plano de contingência e as possíveis intervenções na operação do município, como por exemplo, a adaptação de atividades externas essenciais, a ampliação dos serviços de atendimento, a indicação de equipamentos públicos para resfriamento e até mesmo o adiamento ou cancelamento de eventos de grande porte, conforme avaliação do cenário meteorológico. O documento está disponível no portal da SMS.
Os níveis de calor foram apresentados à população em junho e fixados por decreto. A classificação tem cinco níveis de risco – de NC1 a NC5 -, que variam em função da temperatura e da umidade relativa do ar registradas na cidade. O NC também considera modelos numéricos de previsão de temperatura estimados para três dias e atualizados a cada quatro horas. Em caso de mudança na classificação, o COR, responsável pelo monitoramento do NC, emite alertas para a população pelos principais canais de comunicação do órgão e da SMS: site, redes sociais, aplicativo e demais canais de relacionamento com a imprensa.
Os parâmetros e conceitos usados na elaboração do protocolo foram definidos pelo COR em parceria com a Secretaria de Saúde, a partir de pesquisas sobre os efeitos das altas temperaturas na saúde humana e os protocolos de mitigação do estresse térmico vigentes em todo o mundo.
Cidade terá 52 pontos de resfriamento
Uma das iniciativas vinculadas ao Protocolo de Calor é a indicação de pontos de resfriamento pela cidade para que a população possa se abrigar e diminuir o estresse térmico em dias de calor extremo. A Prefeitura elencou 52 equipamentos públicos, como parques construídos ou naturais, Naves do Conhecimento e Vilas Olímpicas, que poderão ser usados pela população quando as temperaturas subirem além do razoável, como uma forma de amenizar o calor. De posse do aplicativo do COR, o carioca será informado dos pontos de resfriamento mais próximos, para que possa usar, caso queira.
Dois radares meteorológicos: equipamento na Serra do Mendanha entra em operação
Este também será o primeiro Verão com o Rio monitorado por completo por dois radares meteorológicos. Comprado no ano passado, o radar da Serra do Mendanha, na Zona Oeste, entrou em operação em março passado. Com um investimento de R$ 6,8 milhões, o radar de tecnologia banda X é considerado o mais moderno em equipamentos do tipo. Ele ampliou a capacidade da cidade na previsão do tempo de curto prazo. Importado da Finlândia, o radar permite uma leitura mais completa dos núcleos de chuva, sendo capaz de prever inclusive a possibilidade de chuva de granizo. Com a operação do equipamento, o Rio passou a ser o primeiro município do país a contar com dois radares meteorológicos próprios.
Outra tecnologia que já vem sendo empregada é o Sistema de Monitoramento e Alerta de Descargas Atmosféricas e Tempestades Severas, contratado pelo COR. Além de uma ferramenta de detecção e contabilidade de raios, o sistema faz uma leitura dos núcleos de chuva que se aproximam da cidade, dando um panorama de sua complexidade e importância.
A ferramenta permite a previsão de curto prazo sobre a ocorrência de raios sobre a cidade. Além disso, auxilia na estimativa de velocidade de deslocamento de tempestades, assim como na direção e intensidade da chuva. Trata-se, portanto, de um produto que complementa as informações de radares e satélites meteorológicos. Com essa tecnologia, a prefeitura pode antecipar a previsão de tempestades e melhorar a tomada de decisão em momentos de forte chuva.
O COR também dispõe de outras tecnologias a serviço da cidade. Fruto de parceria com a Nasa, a cidade foi a primeira a contar com o Modelo Avaliação de Perigos de Deslizamento para Consciência Situacional (Lhasa Rio), que monitora os riscos de deslizamentos de terra. O Rio foi a primeira implementação local e operacional do modelo global de deslizamento de terra da agência espacial americana. Além de saber onde a precipitação está mais forte e onde há perigo de deslizamento de terra, o Centro de Operações consegue monitorar se esses riscos podem atingir imediações de ruas, avenidas e estradas da cidade.