A Câmara do Rio vai viver, em janeiro, o momento clássico e emocionante da distribuição dos gabinetes. Quem não se reelegeu terá que deixar a casa. Quem entra vai receber uma salinha para chamar de sua. Para evitar disputas (às vezes, quase sangrentas), há alguns anos foi instituído o sorteio. Serão 23 novos vereadores — uma renovação de 43%. A eles restará torcer pela sorte.
Um dos gabinetes mais desejados é do ex-presidente da casa Jorge Felippe (PP), um gigante no quinto andar. O de Rocal (PSD) vale ouro. Além de gigantesco, foi reformado, com consultoria de arquiteto, por Jimmy Pereira, o “inquilino” anterior.
O de Rocal fica no quarto andar, perto do gabinete de Teresa Bergher (PSDB), que também vai ficar vago. Mas este, além de não estar reformado, é um ovo. Tinha valor, mas sentimental. Era o gabinete de Gerson Bergher, marido da vereadora, morto em 2016.
Entre as lendas do velho Palácio Pedro Ernesto e seus anexos, há quem diga que já viu o vulto do Velho Bergher passeando por ali…
Teresa tem também uma sala bem ampla no sétimo andar, que já foi da liderança do PSOL, do Cidadania e agora é do PSDB. Atualmente está ocupada pelos técnicos da bélica vereadora. É bom avisar aos interessados para fazer uma varredura: Eles suspeitam de que haja escuta na sala.
Por outro lado, o gabinete de Paulo Pinheiro (PSOL), no décimo andar, é um muquifo que pertenceu, antes, a Andrea Gouvea Vieira. A moça mantinha um escritório no prédio do Amarelinho, e nunca se preocupou em investir no gabinete — nem Pinheiro. Nos piores momentos, a sala chegou a ter goteiras, por causa das árvores que cresciam no telhado.
Outro gabinete cobiçado é o de Luciana Novaes, que fica no Palácio Pedro Ernesto. Mas, como a moça é a primeira suplente do PT, e existem chances de Tainá de Paula voltar ao governo do prefeito Eduardo Paes (PSD), pode nem entrar no sorteio.
A única coisa certa é que os novos nobres vão depender da sorte. E como.