A Embratur, em parceria com a Prefeitura do Rio e a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Games (Abragames), premiou três jogos digitais pré-selecionados no ‘Brasil Tá Pra Game’, na Arena Gamer do Engenhão, nesta sexta (1). O concurso que busca promover a chegada de mais turistas estrangeiros ao país envolveu 51 participantes de todo o Brasil, e teve como critérios de avaliação: qualidade técnica, game design (inovação na mecânica de jogo, engajamento), narrativa, arte, áudio, tecnologia e diversidade.
O primeiro colocado foi o jogo “Língua”, do Estúdio Guilherme Giacomini, de São Paulo, seguido do projeto “Árida”, do Estúdio Aoca Game Lab, da Bahia. Em terceiro ficou o jogo “Aleijadinho Virtual”, do Estúdio Studio KwO, do Rio de Janeiro. O vencedor receberá um prêmio de R$ 70 mil. Segundo e terceiro colocados ganharão R$ 40 mil.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, explicou que o prêmio fez parte da estratégia da promoção do turismo brasileiro por meio de conteúdos audiovisuais, com ênfase no crescente mercado de games.
“A indústria dos jogos é relativamente recente e possui grande potencial econômico e gerador de impactos: introduzem novas tecnologias e inovações em outros setores da economia, a exemplo do turismo. Nosso objetivo é tornar o turismo brasileiro competitivo internacionalmente, proporcionando uma experiência completa para os turistas e destacando os destinos turísticos do país através dos elementos da cultura brasileira, incluindo seu patrimônio artístico, histórico e cultural, utilizando jogos”, explicou.
Hoje, mais da metade dos desenvolvedores de jogos no Brasil atuam no mercado internacional e obtêm mais de 70% de faturamento fora do país. Os números influenciaram a Embratur e a Abragames a criarem a premiação, por enxergarem nos jogos uma ferramenta importante para apresentar o Brasil no exterior.
“O Brasil Tá Pra Game valorizou games que falam sobre a nossa gente, sobre nossa história, de maneira moderna, jovem, engajante e universal. Reconhecer jogos eletrônicos que promovem a riquíssima cultura brasileira e a indústria digital nacional é fazer soft power no século 21, além de avançar no entendimento de como se comunicar com potenciais turistas, que também são gamers”, observou Rodrigo Terra, presidente da Abragames.
Criador do jogo ‘Língua’, que trata da riqueza da cultura nordestina e do folclore brasileiro, Guilherme Giacomini comemorou o primeiro lugar. “Queria agradecer à Embratur e à Abragames por criarem essa oportunidade tão importante pro desenvolvedor independente brasileiro. A gente tá muito além do tempo onde jogos eram considerados uma mera forma de entretenimento e é extremamente importante que essa forma de arte seja vista não só pelo seu potencial econômico e cultural, mas também por ser algo que traz sentido para a nossa vida, uma forma de expressão que nos aproxima”, afirmou.
Confira os jogos premiados
- 1° colocado – Jogo “Língua” do Estúdio Guilherme Giacomini (São Paulo)
Mostra a riqueza do folclore brasileiro e da nossa cultura nordestina. Ele apresenta elementos arquitetônicos, fauna, flora e linguagem, únicos da região, principalmente do interior da Bahia. Também tem na sua trilha sonora grande influência dos ritmos brasileiros como baião, chorinho e bossa nova. Tudo isso feito de uma forma lúdica, em uma história envolvente que exalta nossa cultura e desperta curiosidade em quem ainda não a conhece.
- 2º colocado – Jogo “Árida” do Estúdio Aoca Game Lab (Bahia)
Game de aventura com versões para PC e Mobile, apresenta a jornada migratória de Cícera, uma menina de 13 anos que reside em pleno sertão do século XIX. Abandonada pelos pais, foi criada pelo Vô Tião, um ex -vaqueiro que é a sua fonte de conhecimento. Afetados por uma grande seca, se confortam nos boatos sobre a existência de uma terra prometida bem no meio do sertão. Lá, dizem, “a seca não se cria. Os barrancos são de cuscuz e os rios são de leite”. Decidem então seguir uma romaria em busca do tal lugar.
- 3º colocado – Jogo “Aleijadinho Virtual” do Estúdio Studio KwO (Rio de Janeiro)
Janela interativa para a vida e obra do maior artista do Brasil Colonial. Une uma experiência em realidade virtual (VR) e uma exposição em realidade aumentada (AR). O projeto nos permite conhecer de perto o Patrono das Artes do Brasil, levando o jogador a cidades históricas mineiras onde viveu, como Ouro Preto e Congonhas. A digitalização 3D de obras e igrejas permite apreciar o legado do artista em todos os detalhes, numa experiência inesquecível. Aleijadinho é recriado de maneira fiel às pesquisas históricas, mas com uma linguagem contemporânea e tocando em temas atuais como sua raça. Na exposição com realidade aumentada interagimos com suas obras como hologramas em alta definição, usando a câmera do celular.