Alegando atraso de salários há cerca de três meses, os agentes civis do Segurança Presente já ameaçam suspender as atividades até que o dinheiro seja depositado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
“Ganhamos uma luta no TCE pra nada. Conseguimos mais meses para eles nos sacanearem. Essa situação está beirando o desrespeito e a falta de empatia com a classe. Como todo esse imbróglio, quem mais é atingido somos nós e nossas família”, reclama um agente.
Os agentes civis e assistentes sociais alegam que, ao ser procurada, a Uerj afirma possuir apenas “R$ 300 mil em caixa”. Já a Secretaria de Governo não teria dado posição sobre a regularização dos repasses.
“Temos como ir trabalhar mais. Tem que parar tudo e, se possível, travar aquela Uerj até ter uma resposta. É inadmissível que eles fiquem nessa enrolação”, sugere outro agente, em um grupo da categoria.
Respostas
A Uerj informou que ainda não foi possível fazer os pagamentos dos meses de agosto e setembro aos trabalhadores do programa Segurança Presente porque “aguarda o repasse do Governo do Estado para regularizar a situação”. Garante ainda que os profissionais desligados em agosto “receberam todos os vencimentos referentes aos salários, férias e décimo-terceiro”.
Já a Secretaria de Governo nega atraso no pagamento dos salários. Em nota, “informa que os agentes civis e assistentes sociais retornaram às bases do Programa Segurança Presente no dia 5 de setembro – um dia depois da pasta ter sido notificada pelo Tribunal de Contas do Estado, determinando a volta dos agentes por 150 dias”. Para justificar que não há atraso, explica que o “prazo contratual para o pagamento dos profissionais é de até 15 dias úteis após o mês trabalhado, que se esgota no dia 21 de outubro”.
Suspensão pelo TCE
Em junho, ao identificar diversas irregularidades, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou a suspensão do Projeto Laboratório de Estudos de Abordagem de Proximidade (Labeprox), que trata do treinamento de agentes do Programa Segurança Presente. A iniciativa faz parte de uma parceria acadêmico-científica entre a Universidade do Estado do Rio (Uerj) e a Secretaria de Estado de Governo. Por isso, contratos da Uerj com o Segurança Presente foram congelados.