O União Brasil oficializou a candidatura do deputado estadual Rodrigo Amorim à Prefeitura do Rio, nesta segunda-feira (05). Já com propostas provocativas ao adversário Eduardo Paes (PSD), Amorim disse que vai assinar esta semana um compromisso público de cumprir o mandato todo. Se eleito, pretende mudar o gabinete do prefeito para a sede da Guarda Municipal, em São Cristóvão, e acabar com a Secretaria de Ordem Pública (Seop).
Ao atacar Paes, sugerindo que ele deve abandonar a prefeitura para disputar o governo do estado em 2026, Amorim garantiu que vai ficar até o fim do mandato. Ele e o vice Fred Pacheco (Mobiliza) vão ao cartório, na quarta-feira (07), registrar um documento com o compromisso de que ambos, se eleitos, não irão renunciar.
A ideia é já chegar com o papel no debate da TV Band, na quinta-feira (08), para confrontar o prefeito e candidato à reeleição.
Na convenção, Amorim também sinalizou possível dobradinha com o candidato do PL, Alexandre Ramagem. Assim como o bolsonarista, ele prometeu transformar a Guarda Municipal em polícia municipal — armada, claro.
Sobre o fim da Seop, Amorim explicou que a ideia é vincular todas as políticas de segurança diretamente ao gabinete do prefeito:
“O que nós queremos é elevar o status da segurança pública ao status do chefe do Poder Executivo, portanto, acaba a SEOP, vincula-se todas as políticas de segurança diretamente ao gabinete, se eleva a Defesa Civil e a Guarda Municipal, transformada em Polícia Municipal, elas, sim, ao status de secretaria.”
Para ressaltar a proximidade com Jair Bolsonaro, repetiu o slogan “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos” e afirmou que vai usar a imagem do ex-presidente na campanha.
O nome de Amorim foi ratificado em ato com as principais lideranças do partido no Rio, como o presidente estadual e da Alerj, Rodrigo Bacellar, e o vice-presidente nacional e candidato a prefeito em Belford Roxo, Márcio Canella.
PSOL vai à Justiça contra candidatura
A candidatura de Amorim corre o risco de ser impugnada. O presidente municipal do PSOL, Juan Leal, anunciou que o partido vai pedir ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que rejeite o registro de candidatura dele por causa condenação no processo em que foi acusado de violência política de gênero contra a vereadora de Niterói Benny Briolly (PSOL).
“A condenação do Rodrigo Amorim por transfobia contra nossa companheira Benny Briolly é um marco histórico na luta contra essa violência, que é uma marca da política de extrema-direita. E o PSOL não vai abrir mão desse avanço. Por isso, o partido entrará com um pedido de impugnação da candidatura daquele que quebrou a placa de Marielle, assim que ela for registrada”, disse Juan.