A Polícia Civil realiza, nesta sexta-feira (2), uma operação contra envolvidos em lavagem de dinheiro na comercialização ilícita de cobre, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. A investigação apurou que o esquema movimentou cerca de R$ 28 milhões.
Policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), com apoio de unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), cumprem 35 mandados de busca e apreensão. A investigação começou em fevereiro, a partir da apreensão de cinco toneladas de cabos de uma empresa de telefonia em Nova Iguaçu.
Segundo a DRF, o material foi extraído em Belford Roxo por uma firma pertencente a dois empresários, que apresentaram uma licença expedida pela Secretaria de de Meio Ambiente, da Prefeitura de Belford Roxo. No entanto, o licenciamento teria sido entregue sem qualquer procedimento licitatório ou administrativo.
Além disso, não teria sido feita perícia técnica e, ainda, sem o conhecimento ou autorização da concessionária de serviço público, que teve seu material subtraído. Os cabos furtados eram armazenados na empresa e na residência dos investigados em péssimas condições ambientais.
Movimentação milionária
Ao longo da investigação, foram identificadas movimentações financeiras suspeitas, totalizando mais de R$ 28 milhões, envolvendo os investigados e a empresa, que indicam a prática de lavagem de dinheiro decorrente da comercialização de cobre obtido de forma ilícita.
Segundo a DRF, os empresários coordenavam a compra do cobre desviado e, em seguida, revendiam o material. As movimentações financeiras incluíam a rápida retirada de dinheiro de suas contas bancárias, transferências para contas de familiares, empresas de fachada e saques em dinheiro.
A investigação continua para elucidar os fatos e responsabilizar todos os envolvidos.
Problemas para os serviços
A Polícia Civil alerta que a subtração desse tipo de material afeta a continuidade da prestação de serviços essenciais e gera riscos e transtornos à população em geral.
Quem adquire ou comercializa materiais furtados e roubados do patrimônio de concessionárias de serviços públicos pode pegar de três a oito anos de prisão, além da possibilidade de responsabilização criminal por outros delitos, aplicação de multa e interdição do estabelecimento comercial.