A sorte foi lançada. O PSD do Rio formalizou a candidatura à reeleição de Eduardo Paes à Prefeitura do Rio, sem indicação de vice, e oficializou a nominata da morte, com quem vai disputar uma vaga de vereador na Câmara Municipal.
A convenção, realizada neste sábado na Rua da Quitanda, foi quase como um ato ecumênico, com representantes de todos os credos, além de uma sopa de letrinhas de siglas partidárias de centro, de esquerda e de direita.
Cesar Maia chegou antes mesmo do início dos trabalhos, por volta das 8h30, e foi o primeiro a assinar a ficha. E ainda que Paes tenha dito que o martelo sobre o vice só será batido em agosto, Pedro Paulo e Eduardo Cavaliere também estiveram entre os primeiros a chegar.
Com tantos velhos aliados, o ex-crítico e agora mais novo amigo de Paes, o deputado federal Otoni de Paula (MDB), foi quem surpreendeu com seu axé. Ao lado de Jandira Feghali (PCdoB), o pastor — até pouco tempo um aguerrido bolsonarista — estava espirituoso com a esquerdista e os demais petistas presentes:
“Vou ter que fazer um despacho quando sair daqui. Mas eu não posso dar o Eduardo para vocês. Vocês acham que vão levar o Eduardo? Não! Eduardo é de todos nós que somos de Paes”, brincou Otoni, que tem seu irmão Renato de Paula como pré-candidato a vereador pelo MDB.
No meio da chuva de dirigentes partidários que baixaram na convenção, Comte Bittencourt (Cidadania) foi um dos que mais chamou atenção ao sugerir que seu partido embarcou na campanha de Paes. O PSDB, que tem maioria na federação, já anunciou que apoiará a candidatura de Marcelo Queiroz (PP), com indicação da tucana Teresa Bergher como vice. Será que vem bicada por aí?
De Maricá, o prefeito Fabiano Horta (PT) chegou com uma caravana, para a alegria do prefeito. “Se eu não tiver apoio de Maricá, como vou fazer? Maricá é meu objeto de desejo”, brincava Eduardo Paes, já sendo chamado pelo colega de “o maior maricaense”.
Estilo e muitos flashes
Terno estampado mostarda, com enormes óculos de sol no mesmo tom pra combinar. Não era o cantor brega Falcão, e sim o vereador Jorge Pereira que ousou no look. Chamou mais atenção que o chapéu modelo vaqueiro comprado por Luiz Carlos Ramos especialmente para o evento.
Elizeu Kessler não ficou muito atrás: chegou com uma camisa com um “K” bordado e ainda teve que ouvir um desavisado — ou irônico — perguntar se era o K de Kassab.
Simpático, Luiz Ramos Filho fez questão de juntar as outras candidatas da causa animal, Carla de Lucas da Rádio e Chris Neri, para fotos no painel PSD.
Aliás, que painel de sucesso. Ainda que com o prefeito presente, todo mundo queria tirar foto no pôster gigante de Eduardo Paes. Uma assessora sugeriu à ex-secretária da Mulher Joyce Trindade que posasse dando uma bicota no chefe. A moça atendeu, sobre protestos: “é cafona”, condenou.
Candidato a vereador, Wellington José suspirava com a popularidade do líder: “Só esse cara pra juntar toda essa gente de peso no mesmo partido”, dizia.
Realista que só ele, Luiz Carlos Ramos brincou, mas com fundo de verdade:
“Vocês estão rindo? Em outubro vai ter gente chorando”, cutucou o do chapéu.
É, faz sentido.