Leniel Borel, pai do menino Henry Borel — morto em 2021, quando estava sob os cuidados da mãe, Monique Medeiros, e do padrasto, o então vereador Doutor Jairinho — foi ao secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, nesta segunda-feira (17), pedir a implementação dos mecanismos previstos na lei federal que leva o nome do seu filho.
A chamada Lei Henry Borel foi aprovada pelo Congresso Nacional apenas um ano depois do assassinato do menino. Mas, dois anos depois, mal foi posta em prática.
“Ela não é apenas uma lei, é um mecanismo de proteção. Não tem só a parte punitiva, mas também a preventiva. Está para a criança e o adolescente como a Maria da Penha está para as mulheres”, disse Leniel.
O pai de Henry, está fazendo uma peregrinação pela concretização da lei. No último dia 3, esteve também com o secretário de Polícia Militar, o coronel Marcelo de Menezes Nogueira. A todos pede a capacitação dos profissionais que lidam com crianças e adolescentes, a criação de ambientes acolhedores para receber as vítimas de violência e, principalmente, a implantação da Patrulha Henry Borel (Lei estadual 9296/2021), nos mesmos moldes da bem sucedida Patrulha Maria da Penha.
“Não é preciso inventar a roda, já existe um modelo a ser implantado. É um instrumento mais que necessário, especializado, para tirar emergencialmente as crianças do cenário de agressão”, alertou.
Os números da violência
Leniel levou números para a conversa com o secretário. No Rio de Janeiro, entre maio de 2023 e e maio de 2024, foram registrados mais de nove mil casos de abuso sexual — sendo que 3.540 vítimas eram crianças com menos de 13 anos. Em 2023, o estado teve uma denúncia de estupro de crianças a cada duas horas e meia. O índice de violência contra menores de 11 anos aumentou 173%. E o Disque 100 — número para o registro de agressões a crianças — dobrou o número de denúncias no ano passado. Recebeu uma notificação a cada dois minutos.