A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) prendeu, na manhã desta terça-feira (11), dois suspeitos de ligação com a morte do contraventor Fernando Marcos Ribeiro Ferreira, o Fabinho. No dia 6 de abril de 2023, dois homens desceram de um carro e atiraram contra Fernando na Tijuca, Zona Norte do Rio.
Ele morreu na hora. Segundo a investigação, Fernando era ligado ao bicheiro Bernando Bello, que controlava os pontos do jogo do bicho na Tijuca à época da execução.
Foram expedidos três mandados de prisão temporária contra os suspeitos. Um deles, o PM do 15º BPM (Duque de Caxias) Allan dos Reis Mattos, já estava encarcerado por porte ilegal de arma. Em seu carro, a polícia havia encontrado armas de numeração raspada.
Os outros presos são Marcos Paulo Gonçalves Nunes, pego em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense; e Vitor Luis de Souza Fernandes, encontrado no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio.
Dinâmica do crime
A DHC afirma que os três monitoraram Fernando e repassaram informações para o plano de sua execução. A Polícia obteve vídeos que mostram o contraventor sendo seguido em Copacabana, na Zona Sul, um dia antes de ser morto.
O bicheiro Adilson Oliveira Coutinho, o Adilsinho, não está entre os alvos da ação desta terça, mas é apontado como o “patrão” dos três presos. Marcos Paulo seria o segundo na hierarquia de Adilsinho, sendo responsável pela gestão operacional, logística e financeira de máquinas caça-níqueis instaladas nas zonas Sul, Norte e Central da capital.
Ele e Vitor foram alvejados durante um ataque ao bar Parada Obrigatória, em Vila Isabel, no dia 15 de abril de 2023. Na ocasião, um grupo de seis homens chegou ao local divido em três carros, eles se uniram e começaram a conversar e observar o movimento do local.
Isso durou cerca de 15 minutos, até que um deles, identificado como o bicheiro Luis Cabral Waddington Netto, de 42 anos, entrou no estabelecimento e começou a atirar. Os demais sacaram suas armas para dar cobertura.
Após a ação, o grupo fugiu junto no mesmo carro, um Corolla prata. O ataque ocorreu dias após o filho de Luís, Luiz Henrique de Souza Waddington, de 22 anos, ter sido alvo de uma tentativa de homicídio, tendo sido baleado quatro vezes durante uma emboscada.
Dono de bar é assassinado
Neste domingo (09), o dono desse mesmo bar, o empresário Antônio Gaspazianni Chaves, de 33 anos, foi morto logo após ter deixado o estabelecimento. Dois homens encapuzados, numa moto, emparelharam com o carro de Antônio e atiraram. Ao todo, foram mais de 20 tiros.
O caso também é investigado pela DHC. No bar, a polícia apreendeu máquinas caça-níqueis. Segundo testemunhas, Antônio havia acabado de fazer o recolhimento do dinheiro das máquinas quando saiu do estabelecimento e foi morto. A investigação se concentra agora em esclarecer se o empresário tinha relação com a disputa por pontos de exploração do jogo do bicho ou se ele foi morto porque vendia cigarros clandestinamente.
Não foi possível localizar as defesas dos citados. O espaço permanece aberto.