As novidades aprovadas nas regras partidárias e eleitorais estão provocando uma disputa aguerrida entre os vereadores de mandato pela vaga em nominata — e, principalmente, pela reeleição.
A criação de federações e a fusão de partidos reduziram a oferta de legendas. O número de candidatos permitido por lei também diminuiu. Hoje, cada partido ou federação só pode apresentar uma lista de até 52 aspirantes (o total de vagas na Câmara mais um).
Quem foi esperto achou um partido para chamar de seu, contratou um “chapeiro” e organizou uma nominata apenas para permitir a sua própria reeleição. É o caso de Marcelo Arar, no Agir, e de William Coelho, no DC. No PDT, a lista também está formada para reeleger Carlos Eduardo e Welington Dias — e só. Ninguém do velho Palácio Pedro Ernesto se arrisca a tentar uma terceira vaga.
A situação se complicou porque o gigante União Brasil — que passou muito tempo enfrentando crises internas — deixou para fazer a nominata na última hora. No PL, a questão ideológica também embolou o meio de campo. Lá, os pré-candidatos precisam passar pelo crivo do vereador Carlos Bolsonaro.
Daí que muitos nobres integrantes da ampla base eleitoral do prefeito Eduardo Paes foram buscar abrigo no PSD do homem — mesmo sabendo que o excesso de pesos pesados pode se voltar contra eles mesmos. A lista está tão grande, que já é conhecida no meio como a “nominata da morte”.
“O partido do prefeito não tem o direito de dizer não aos vereadores da base que ficaram sem opção”, diz o presidente estadual do PSD, o deputado federal Pedro Paulo.
As contas eleitorais (que inclui variáveis como o número de votos de cada aspirante e o coeficiente eleitoral da legenda) sempre foram parte de uma ciência dominada por poucos e disputados figurantes da política. Mas, este ano, estão ainda mais necessárias e decisivas. Se em 2020 tivemos cerca de 1.800 candidatos no Rio, em outubro as urnas vão apresentar as fotos de 900 a mil. E olhe lá.