A Polícia Federal prendeu, em operação nesta-terça (12), um bombeiro militar suspeito de liderar uma quadrilha de tráfico de animais silvestres. O esquema envolvia também até servidores do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Comando de Policia Ambiental (CPAM), além de caçadores, receptadores e falsificadores.
O tráfico dos animais era feito a partir da captura ilegal, receptação e tráfico, inclusive de espécies em extinção. Em um ano, a quadrilha movimentou R$ 15 milhões. Os bichos eram vendidos majoritariamente por redes sociais, com valores variando entre R$ 20 mil e R$ 120 mil. O tráfico acontecia a partir da falsificação de selos públicos do Ibama e do Inea.
A operação identificou, até o momento, 120 macacos-prego sendo traficados. Na manhã de hoje, a PF cumpriu três mandados de prisão preventiva e vinte de busca e apreensão. A ação contou com o apoio da corregedoria da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
Os investigados vão responder pelos crimes de receptação qualificada, organização criminosa, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso, crime ambiental e falsidade ideológica. Somadas, as penas variam entre 46 e 58 anos de prisão.
Os compradores podem responder pelo crime de receptação– visto que estavam cientes da ilegalidade dos animais ao adquiri-los –, com exceção dos que colaborarem entregando os animais espontaneamente e dando esclarecimentos à Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (DMA/PF/RJ).
Na busca, um dos animais foi encontrado em péssimas condições. O bombeiro líder da organização foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. As investigações e diligências prosseguirão com o objetivo de apreender os animais ilegais e identificar outros receptadores e membros da quadrilha.