O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu, nesta segunda-feira (15), tornar ré a deputada Lucinha (PSD) por suspeita de envolvimento com a milícia comandada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. A decisão foi tomada por 13 votos a 8.
Lucinha e sua ex-assessora parlamentar, Ariane Afonso Lima, foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio em junho de 2024, acusadas de integrar o núcleo político da organização criminosa. Zinho foi preso no fim de 2023. As informações são do portal “g1”.
Lucinha é acusada de interferência política para favorecer a milícia
Segundo a denúncia assinada pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, as investigadas teriam atuado junto a autoridades policiais e políticas para favorecer interesses da milícia, blindar o grupo de ações estatais e livrar integrantes de operações policiais.
O MP afirma ainda que Lucinha e a ex-assessora repassaram informações privilegiadas sobre agendas do prefeito Eduardo Paes na Zona Oeste, permitindo que milicianos deixassem as ruas durante visitas oficiais.
Mensagens entre a deputada e Domício Barbosa, o Dom, apontado como nome relevante na estrutura da milícia, reforçam a acusação.
As investigações indicam que a deputada teria intercedido junto ao prefeito para manter uma brecha jurídica que permitisse a circulação irregular de vans, uma das principais fontes de renda da organização criminosa. O MP também aponta encontros com Zinho e outros integrantes da milícia entre 2021 e 2022, além do emprego de parentes de milicianos em gabinetes e instâncias da Alerj.
A pena para o crime de formação de milícia privada varia de 5 a 10 anos de prisão, além de multa e perda da função pública.

