O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), intensificou sua presença na representação fluminense do reino de Baco. Depois de participar de um encontro em Três Rios, onde foi homenageado por mais de 250 representantes da cadeia produtiva da uva e do vinho, foi a vez de a serra vir até o alcaide carioca. Semana passada, Paes recebeu, no Palácio da Cidade, em Botafogo, um grupo de empresários e vitivinicultores de Areal, conhecida como a “Capital da Uva” no estado. À frente da comitiva, o prefeito Gutinho Bernardes (PP), que articulou o encontro.
Quem também participou do convescote foi o prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PT), forte apoiador da eleição de Paes ao governo do estado em 2026 e parceiro de Gutinho em projetos que unem as duas cidades em torno da indústria do vinho. Entre elas, a recém anunciada Rota do Vinho, entre Maricá e Areal, e um rótulo maricaense da bebida feito com uvas da “irmã” serrana, como diz Quaquá.
Oficialmente, o encontro foi para apresentar o potencial crescente da região. Para isso, investidores e empresários, como o publicitário Roberto Medina, também estiveram presentes. O criador do Rock in Rio realizou a primeira colheita de sua propriedade, a Somnium, uma vinícola boutique em Areal que já foi apelidada de “Vinícola Rock in Rio.”
‘Grande noite para Areal’, afirmou Gutinho
Paes — que se aproxima cada vez mais do PP de Dr. Luizinho — fez questão de destacar que o crescimento da vitivinicultura tem impacto direto “para todo o estado do Rio de Janeiro” — e só depois mencionou “também para a cidade do Rio de Janeiro”. A ordem das prioridades não passou despercebida.
Os discursos de Paes e Quaquá foram compartilhados por Gutinho, que comemorou o encontro em suas redes sociais. “Grande noite para Areal e toda a nossa região!”, escreveu o prefeito.
Para o prefeito do Rio, a região deixa de ser apenas sinônimo de refúgio turístico e passa a se consolidar como uma frente real de desenvolvimento:
“A Serra Fluminense é um lugar que todos nós frequentamos a vida inteira. E você imaginar que existe um lugar produzindo tudo aquilo, com aquela beleza incrível… não tive dúvida de que ali há um enorme potencial econômico.”
A fala reforça que o prefeito vê na vitivinicultura — setor organizado, ascendente e com forte presença no interior — uma porta de entrada estratégica para ampliar sua base política fora da capital e testar seu nome no interior fluminense.
Vitivinicultura na serra pode virar a nova vitrine econômica do Rio
A serra fluminense já se consolida como o principal polo emergente da vitivinicultura no estado, com empreendimentos que atraem turistas, movimentam a economia e reposicionam municípios menores — como Areal — dentro da agenda do desenvolvimento fluminense.
No encontro, foi lançada a marca coletiva Serra do Rio, que reunirá vinícolas e produtores da região sob uma identidade única. O selo passará a estampar as garrafas, identificando a origem serrana e reforçando o conceito de um roteiro turístico integrado focado nas plantações de uva.
“Mais de vinte fazendas da região abrirão as portas ao público já no próximo ano, consolidando o enoturismo”, afirmou Gutinho. Segundo ele, o encontro no Rio é importante para ganhar visibilidade na capital.
“A gente acredita muito nesses eventos para divulgar os vinhos para o consumidor carioca e os restaurantes da cidade do Rio. O próprio cidadão do Rio ainda não conhece, quem dirá o turista internacional, então é muito importante esse tipo de ação de evento para divulgação dos nossos vinhos e dos nossos empreendimentos”, concluiu o prefeito.
O evento também marcou um passo simbólico e inédito: a primeira exportação oficial de vinhos da Serra para a Europa, sinalizando que o setor começa a ultrapassar fronteiras e a se projetar internacionalmente.

