Na decisão sobre a prisão e afastamento do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu indícios de que a investigação terá ainda novos desdobramentos.
Entre as medidas listadas, está o pedido de compartilhamento de informações de uma Operação Oricalco com a investigação do deputado. Essa operação, porém, ainda não aconteceu. Ao menos, publicamente.
O processo a que se refere Moraes está no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio e Espírito Santo) e corre sob sigilo. No documento, ele requisita os dados sobre a investigação.
“Ao desembargador relator Júdice Neto, da 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, (solicito) o compartilhamento de todos os elementos de convicção angariados em todos os procedimentos e processos relacionados à Operação Oricalco com a presente investigação”, diz o texto assinado por Moraes.
Moraes fala em ‘organizações criminosas’, ‘domínio territorial’ e ‘capacidade de corromper agentes públicos’
Bacellar foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (3), sob a acusação de vazar informações sobre outra operação, a Zargun, que levou à cadeiai o então deputado TH Joias (MDB), acusado de tráfico internacional de drogas, entre outros crimes.
Para Alexandre de Moraes organizações criminosas estão infiltradas na política do estado.
“Uma das principais características das organizações criminosas atuantes no estado do Rio de Janeiro, além do domínio territorial mediante uso da força, e da capacidade de corromper agentes públicos e políticos em escala, é a infiltração política que tais grupos alcançaram nos últimos anos, seja na esfera municipal, estadual e federal”, escreveu Moraes.
Ligado à lenda da ilha desaparecida de Atlântida, Oricalco teria sido um dos metais mais preciosos do mundo
O que a Operação Oricalco da PF vai nos revelar ainda é um mistério, mas o nome pode dizer muita coisa. Oricalco é frequentemente relacionado à lenda da antiga ilha de Atlântida, que desapareceu no mar. Seria um metal precioso que revestia o templo de Poseidon, localizado no centro da ilha.
Citado por Platão em Crítias, um de seus últimos diálogos, seria uma fusão do cobre com o zinco. Outra teoria diz que só não era mais valioso que o ouro, e que era usado, há mais de mil anos, para fundir moedas e adornar templos na Grécia e em Roma.
Virgílio, um dos maiores poetas romanos, também cita o oricalco como símbolo de poder.
O nome é uma tradução literal do grego que quer dizer “cobre da montanha” ou “metal da montanha” — embora, até hoje, ninguém saiba se ele, de fato, existiu.
Mas uma coisa é certa: Oricalco quer dizer muito dinheiro e poder.

