Na manhã desta terça-feira (2), a Polícia Federal realizou uma operação em Macaé para apurar a atuação de facções criminosas e milícias na coação de eleitores, no financiamento ilícito de campanhas eleitorais e inserção de membros das quadrilhas no poder público municipal. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) também participou da ação.
A Operação Nova Capistrum mira as interferências realizadas no processo eleitoral da cidade do Norte Fluminense. Policiais federais da Delegacia de Polícia Federal em Macaé (DPF/MCE) cumpriram 16 mandados de busca e apreensão no município. Os alvos das buscas foram os principais articuladores do esquema, incluindo empresários, políticos e servidores públicos.
As investigações identificaram que empresas ligadas aos suspeitos tinham contratos com a Prefeitura e a Câmara Municipal de Macaé. As organizações eram utilizadas para a lavagem de dinheiro e favorecimento público. As facções e milícias apoiaram financeiramente as campanhas e coagiram os eleitores a votarem nos candidatos, que foram eleitos, ligados às organizações.
Empresas irregulares foram fiscalizadas em Macaé
As diligências identificaram o uso de empresas clandestinas de internet, conhecidas como “gatonet”, e de distribuidoras de gás em comunidades de Macaé utilizadas para atividades ilícitas. Também foram constatadas práticas como peculato, caixa dois eleitoral e ameaças a candidatos independentes.

Entre os alvos, estão indivíduos com forte atuação no tráfico de drogas e lideranças de um grupo paramilitar (narcomilícia) com domínio territorial em comunidades locais, além de outros investigados por movimentações financeiras suspeitas.
Segundo informes em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), as operações somam centenas de milhões de reais. Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

