A proibição de camelôs na Rua Uruguaiana, no Centro do Rio, está mobilizando tanto a direita quanto a esquerda.
O PSOL apresentou ao Ministério Público do Rio (MPRJ) uma representação para que a Prefeitura do Rio seja obrigada a apresentar um plano de regularização e assentamento dos camelôs antes de impedir que eles trabalhem na rua. No documento, o partido também pede que seja aberto inquérito para investigar os casos de violência por parte da Guarda Municipal e de agentes da Secretaria de Ordem Pública.
A representação é assinada pela líder da bancada na Câmara Municipal, Monica Benicio, e pelos vereadores Mônica Cunha, Luciana Boiteux, Thais Ferreira, Paulo Pinheiro, Marcos Paulo, William Siri, e pelo presidente do partido na capital, Juan Leal.
Fazendo coro com os psolistas, a deputada estadual Índia Armelau (PL) também foi às redes rebater o prefeito Eduardo Paes, que justificou a proibição alegando “que a maior parte dos produtos são oriundos de roubos”. A bolsonarista defendeu que “buscar a regulamentação do trabalho informal é promover a ordem pública”.
“Não apoio a desordem nem a ilegalidade. Na cabeça do prefeito é muito mais fácil prender, jogar produto fora, sumir com material, jogar comida no chão como fizeram com uma ambulante de quentinhas no Recreio. O que eu defendo é solução, colocar as pessoas na legalidade, conseguir um espaço para elas trabalharem”, afirma Índia Armelau.
Além da representação no MP, os vereadores Monica Benício e William Siri estão organizando uma audiência pública na Câmara do Rio para discutir a causa dos camelôs.
Até integrantes de partidos da base de Eduardo Paes foram às redes sociais criticar a decisão do prefeito e pedindo melhores condições de trabalho. A deputada estadual Marina do MST (PT) respondeu diretamente ao anúncio de Paes no “X” (antigo Twitter), criticando a criminalização dos ambulantes.