A Prefeitura do Rio cancelou R$ 18,4 milhões do orçamento da Comlurb — originalmente previstos para gastos com pessoal, melhorias nas instalações prediais e coleta seletiva — e realocou os recursos para o pagamento de sentenças judiciais e precatórios.
Entre 2021 e 2025, a Comlurb desembolsou R$ 420 milhões em processos judiciais. Somente em 2024, ano de maior impacto financeiro, foram pagos R$ 165 milhões, seguido por R$ 134 milhões em 2023. Em 2025, até o momento, os repasses somam R$ 51 milhões. Em anos anteriores, os valores foram de R$ 43 milhões (2022) e R$ 27 milhões (2021). O levantamento foi feito pelo gabinete do vereador Fernando Armelau (PL).
O corte agrava um cenário já marcado por limitações operacionais na coleta seletiva, cuja execução segue aquém da demanda da cidade. No mesmo período (de 2021 a 2025), o investimento acumulado no serviço foi de apenas R$ 25,3 milhões, cerca de 16 vezes menos que o montante destinado a ações judiciais. Os gastos anuais variaram de R$ 3,5 milhões (2021) a R$ 8,3 milhões (2024). Em 2025, o orçamento aplicado até agora é de R$ 5,4 milhões.
Vereador lamenta esvaziamento da coleta seletiva da Comlurb
Para Armelau, o remanejamento agrava um problema crônico:
“A cidade continua perdendo capacidade de investir em serviços essenciais e a gente vê a Comlurb abarrotada em dívidas judiciais. A coleta seletiva, que já opera no limite, terá ainda menos condições de atender à população. Além disso, os prédios, alojamentos, banheiros da empresa perderam orçamento, o que corrobora com a precariedade encontrada por mim em recente fiscalização”, disse o vereador.
COM FÁBIO MARTINS



