Nem a presidente da OAB-RJ, Ana Tereza Basílio, escapou da nova onda de golpes em que criminosos se passam por advogados para pedir pagamentos de vítimas com processos na Justiça.
Ela informou através das redes sociais, nesta terça-feira (25), que tentaram aplicar um golpe usando os dados dela — sinal de que os criminosos não têm critério algum ao escolher por quem estão se passando.

As quadrilhas usam credenciais de advogados para acessar os sistemas eletrônicos dos tribunais, e, como 99,9% dos processos tramitam online, dados como telefones e e-mails ficam visíveis em ações que não estão sob sigilo.
O golpe já causou um prejuízo estimado em R$ 2,8 bilhões nos últimos três anos.
Corregedoria da OAB vai tomar medidas contra golpes
Em nota, a OAB-RJ informou que Basílio foi alertada por um ex-cliente dela, que recebeu a mensagem do criminoso. O golpe não chegou a ser consumado e a presidente registrou o caso na Corregedoria da Ordem “para que sejam tomadas as medidas cabíveis”.
“A OAB-RJ repudia essa prática criminosa e ressalta que tem adotado medidas de combate ao golpe do falso advogado. No início do mês, a Seccional entrou com uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a Meta, controladora do WhatsApp, por falhas na desativação de contas do aplicativo associadas a linhas telefônicas canceladas por operadoras de telefonia móvel. Com o WhatsApp ainda ativo, criminosos podem aplicar diversos crimes virtuais, entre eles o golpe do falso advogado, que tem feito vítimas por todo o Brasil”, informou, em nota.
Em agosto, a OAB-RJ lançou a Cartilha de Combate ao Golpe do Falso Advogado e criou a comissão dedicada ao tema. Desde então, vêm sendo adotadas medidas em parceria com o TJRJ, como a dupla verificação de acesso ao PJe, marca d’água em documentos baixados e a restrição de filtros que podem ser explorados por fraudadores.
Só em 2025, até 21 de outubro, a Corregedoria já recebeu 1.247 denúncias relacionadas ao golpe.

