Vereadores da Câmara de Belford Roxo que estão há quatro meses sem salários traçaram uma nova estratégia para tentar derrubar o argumento do presidente, Markinho Grandra (PDT), de que eles não vão trabalhar e, por isso, não recebem.
Os vereadores estão planejando abrir lives nas redes sociais para mostrar que estão presentes. Além disso, vão pedir a palavra, como fez Danielzinho (Republicanos), na última terça-feira ( 14). Só não teve direito ao total dos 10 minutos regimentais porque citou as demissões de servidores da casa.
“O senhor não trabalhou em 2024 e perdeu o costume de usar a tribuna. Seu tempo acabou”, disse Grandra, cerca de 3 minutos depois do início da fala, indicando que Danielzinho leve o caso ao Ministério Público.
Danielzinho justifica que o uso do celular será necessário porque a Câmara não tem ponto eletrônico. E a turma do prefeito Waguinho (Republicanos) alega que não consegue nem ver a cor do livro, que fica com o presidente Grandra — ligado ao deputado Marcio Canella (União).
Disputa antiga
A Câmara de Belford Roxo é conhecida pelas constantes brigas e disputas. O próprio Danielzinho, que fazia oposição a Waguinho e hoje é do mesmo grupo do prefeito, já foi despejado do próprio gabinete por outros vereadores. Sofreu processo de cassação e voltou ao mandato por decisão judicial.
As confusões se intensificaram após o racha entre Waguinho e Canella. A maioria (13 vereadores) está ao lado do deputado estadual, enquanto os 12 que se dizem perseguidos são do grupo do prefeito.
O desentendimento entre eles teve início depois que Waguinho anunciou o apoio à pré-candidatura do sobrinho, Matheus Carneiro, quando a expectativa de Canella – ex-vice e secretário de Waguinho – era que ele fosse escolhido para receber o apoio. Desde então, a briga tem impactado em todas as esferas do poder público local.
Em dezembro passado, na eleição da Mesa Diretora, houve tumulto e tentativa de invasão do plenário liderada por Waguinho. Meses antes, em setembro, já havia acontecido outra sessão com briga generalizada, com agressões entre vereadores e funcionários. O tumulto contou até com um homem armado e tiro para o alto.