A eleição para a Academia Brasileira de Letras (ABL) acontece no dia 11 de dezembro, mas os candidatos já botaram o bloco na rua.
Amigo de Antonio Cicero, que ocupava a cadeira 27 e morreu em outubro, o poeta carioca Carlos Cardoso, de 50 anos, autor de livros como “Coragem e melancolia”, e vencedor dos prêmios da Associação Brasileira de Críticos de Arte (APCA); La Palma D’Oro di Assissi-Pax, na Itália; da Jornada Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento entre os Povos, da Unesco, é um deles.
Mas, no total, já são 15 inscritos na disputa pela vaga.
Segundo Cardoso, um dos representantes da Geração 90 da poesia brasileira, a partida de Cicero o fez refletir sobre a importância de manter o trabalho pela preservação e o engrandecimento da poesia no Brasil. Se eleito, espera construir caminhos que levem à difusão e à valorização do gênero literário no país.
“Espero, humildemente, contribuir para ampliar a atuação da ABL entre todas as gerações, preservando e valorizando a riqueza da língua portuguesa”.
Saiba mais sobre os candidatos à vaga na ABL
Alda de Miranda
Paulista, é publicitária, graduada em comunicação social pela PUC de Campinas, empresária e especialista em construção de marcas de valor, escritora e palestrante. Autora da série infantil “Tem planta que virou bicho”, recebeu o Colar do Centenário do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo por sua contribuição à literatura infantil.
Atualmente, se dedica à poesia e às crônicas poéticas através do perfil Poete-se.
Antonio Porfirio de Matos Neto
O escritor, filósofo e economista sergipano é presidente do Museu do Cangaço, no Povoado Alagadiço, e membro ativo de instituições culturais, como a Academia Sergipana de Letras, a Academia de Letras de Aracaju, a Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço e o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe,
Tem formação em Ciências Jurídicas, Filosofia, Ciências Econômicas, está se graduando em Licenciatura em História e em processo de conclusão da graduação em Ciência Política. Mestre em Economia, pós-graduado em gestão municipal e doutorando em Filosofia. Membro efetivo do Conselho Deliberativo do Centro Internacional Celso Furtado (Cicef) e Conselheiro do Conselho Regional de Economia de Sergipe.
Publicou “História de Frei Paulo; Lampião e Zé Baiano no povoado Alagadiço”; “Esboço histórico do Rio São Francisco e seus aspectos ambientais”; “A inelegibilidade e a dispensa de licitação em caso de calamidade pública”; e “Temas de Economia e outros temas”.
Carlos Cardoso
Engenheiro de formação, já conquistou os prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), da Unesco, da Federazione Unitaria Italiana Scritorri e a Medalha Pedro Ernesto, da Câmara de Vereadores do Rio. Em Roma o Prêmio Amicizia Italia Brazile e La Palma d’Oro di Assissi-Pax. Ganhou ainda na Itália o Prêmio especial da Cidade de Ardea e o Prêmio do consórcio de Colle Romito.
Seu livro “Coragem” está sendo transformado em peça de teatro.
Chislene de Carvalho
Paulista, professora, escritora, usa o pseudônimo Sarah Bittencourt.
Sua primeira obra literária foi na Academia de Direito com “A assistência social dos idosos na cidade de São Paulo” e o artigo “Velhice como etapa da vida da qual ninguém se preparou”. Participou da Antologia de Poesia, contos e crônicas “Minuto de Tudo”, “Palavra do Cotidiano”. Sua primeira obra infanto-juvenil foi “Os três porquinhos deficientes”. Em 2022, escreveu “Reencontros” e em 2024, “A menina curiosa”.
Edgard Telles Ribeiro
Escritor e embaixador aposentado. Estudou cinema na Universidade da Califórnia e foi crítico em jornais do Rio, como “O Correio da Manhã” e “O Jornal”. Também fez cinema — seu filme “Vietnam, viagem no tempo”, chego a ser exibido na Quinzena de Realizadores do Festival de Cannes.
Mas se destaca como autor de 15 livros, entre romances e contos. Seu romance mais recente, “Jogo de armar”, é de abril de 2023. Entre outros prêmios, recebeu o de melhor obra de ficção, com o romance “Olho de rei”, da própria ABL. Tem obras publicadas nos Estados Unidos, Argentina e em países europeus.
Eduardo Luiz Baccarin Costa
O paranaense é professor de Língua Portuguesa, Literaturas Brasileira e Portuguesa e Produção Textual há 34 anos. Doutor em estudos literários pela Universidade Estadual de Londrina, ocupa a cadeira 39 da Academia de Letras, Ciências e Artes da cidade. Desenvolve desde 2023 o projeto “Casulo Criativo”, com alunos da rede pública e da periferia de Londrina e região, para a formação de novos leitores.
Tem 16 livros publicados, 15 no Brasil e um na Argentina. Nove são romances, cinco coletâneas de poemas e um texto de dramaturgia. Já recebeu cinco prêmios literários no estado do Paraná.
J.M. Monteirás
Baiano, bacharel em Direito pela Universidade Nove de Julho; pós-graduado em Direito Material e Processual Penal pelo Inesp; e em Direito Material e Processual do Trabalho e Direito Material e Processual Previdenciário pela Faculdade Legale. É advogado, jurista, professor de direito, palestrante, articulista, romancista, poeta, compositor. Sua mais recente obra literária é “Dellarquim”, de 2022, publicada em Portugal e no Brasil. É o compositor de canções conhecidas como “Sinais (Pirapora)”, “Pássaro sem asas” e “Clara Morena”.
João Calazans Filho
Escritor, romancista, contista, poeta e cronista baiano. Tem mais de 50 (cinquenta) livros publicados em dez línguas e distribuídos em mais de 160 países. Entre suas obras mais reconhecidas estão “O beco e a salamandra”, e romances sobre a disputa pelo poder no mundo do cacau. Essas obras exploram temas contemporâneos como intolerância, corrupção, violência, boemia e política.
Seu primeiro livro, “Dúvidas & desejos”, foi escrito enquanto vivia na Espanha, na cidade de Marbella, marcando o início de sua carreira como escritor. Estabeleceu-se em São Paulo, onde lançou “Vida — O desafio”, traduzido para o inglês e espanhol e distribuído mundialmente.
Seu livro infanto juvenil “O pé de cacau encantado”, traduzido em dez línguas, foi indicado ao Prêmio Jabuti.
José Efigênio Eloi Moura
Escritor paraibano, tem 15 livros publicados, entre eles “Eita gota!”, “Ciço de Luzia”, “Sertão de Bodocongó”, “Carolino” e a trilogia “Pedro Jeremias”. Ele conta histórias, e preserva e celebra a essência do Nordeste, seu linguajar peculiar e sua visão de mundo.
Lucas Pereira da Silva
O paulista nascido em Caconde, é técnico de mecânica e formado no curso tecnólogo em logística pela Centro Universitário Fundação de Ensino Octávio Bastos. Em 2015, ingressou na Universidade Estadual de Minas Gerais, para estudar Pedagogia. Realizou também trabalhos em Arqueologia.
É professor, e membros da Associação de Educação em Saúde Preventiva de Caconde (AESP). É autor do livro “Mistério da Lua”. Fundou a editora Ferru, onde publicou o romance “Um sábio vale mais” e o livro “Quê é?”, entre outros direcionados ao público infantil e infanto-juvenil. É autor ainda de “Concha de Safira”, “As aventuras de Felizardo”, “A menina de papel” e “Tempos de pássaros”.
Martinho Ramalho de Melo
Servidor público federal, jornalista e ex-professor paraibano; licenciado em Letras e História.; bacharel em Direito e Engenheiro Agrônomo. Mestre em Filosofia Política pela UFPB, tem prêmios em concursos de poesia, conto e crônica.
É membro da Academia Paraibana de Poesia e sócio fundador do Clube Literário de Brasília.
Remilson Soares Candeia
Doutor em Direito, pela Universidade Veiga de Almeida; mestre em Direito Constitucional, pelo Instituto Brasiliense de Direito Público; pós-fraduado em Direito Público pelo Instituto Processus; em Língua Portuguesa pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília; onde também formou-se em Letras.
Publicou sete livros, todos na área do Direito.
Ruy da Penha Lobo
Escritor goiano, tem dois livros publicados: “Jubiacaba” e “Os contos que eu conto”. Está escrevendo um terceiro livro, de poesias. Escreve contos e crônicas para o “Diário da Manhã”.
Sonia Netto Salomão
Carioca, fez mestrado em Literatura Brasileira e Doutorado em Teoria Literária na UFRJ. Na Itália, fez pós-doutorado em Filologia e História Literária na Sapienza Universidade de Roma, onde se tornou professora catedrática de Língua, linguística e tradução portuguesa e brasileira. Fundou lá e foi diretora da primeira cátedra de Língua Portuguesa, a Antonio Vieira, patrocinada pelo Instituto Camões de Lisboa, de 2004 a 2023. É sócia da Academia Romana de Filologia e Sócia Honorária e ex-presidente da Associação Italiana de Estudos portugueses e brasileiros. Recebeu a medalha Rio Branco no grau comendadora, pelos serviços culturais presados à língua portuguesa e à cultura brasileira no Brasil e no exterior.
Publicou 26 livros e 200 artigos em revistas e livros, entre eles sermões italianos inéditos de Antonio Vieira; “Machado de Assise e o cânone ocidental: itinerários de leitura” — com o qual ganhou o Prêmio Jabuti de Teoria e Crítica Literária em 2017. Com a versão italiana, recebeu também o Premio do Juri Pegasus Internacional, em 2024.
Tom Farias
Jornalista, pesquisador, roteirista, escritor, romancista, editor e crítico literário carioca, escreve desde os 14 anos, quando publicou e editou o jornal estudantil “Boca Livre”. Hoje tem uma coluna semanal na “Folha de S.Paulo”, mas já passou por “O Globo”, “O Dia”, “Jornal do Brasil”, “Piauí”, “QuatroCincoUm” e publicações no exterior.
Estreou, em 1987, com o livro “O abolicionista Cruz e Souza” e hoje tem 18 publicados. As afrobiografias de José do Patrocinio, Cruz e Souza e Carolina Maria de Jesus receberam ou foram indicadas a prêmios nacionais, como o do governo de Santa Catarina, Câmara Catarinense do Livro, FLUP, Academia Brasileira de Letras e Jabuti, onde foi finalista por duas vezes, nas edições de 2009 e 2019.