A Justiça do Rio mandou soltar Érika de Souza Vieira Nunes, a mulher que levou o cadáver do tio, Paulo Roberto, de 68 anos, a uma agência bancária para tentar fazer um empréstimo de R$ 17 mil. A sobrinha estava em prisão preventiva desde o dia 16 de abril, quando foi ao banco. Ela responderá em liberdade pelos crimes de tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver.
A juíza Luciana Mocco, titular da 2ª Vara Criminal de Bangu, atendeu a um pedido feito pela defesa de Érika e revogou a prisão preventiva. A sobrinha deverá comparecer mensalmente ao cartório de juízo e está proibida de ausentar-se da comarca por mais de 7 dias. Em caso de internação para tratamento da saúde mental, um laudo médico deverá ser apresentado. Caso haja o descumprimento dessas medidas, ela retornará à prisão.
Érika tornou-se ré após denúncia feita pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) nesta terça-feira (30). Segundo o MP, a mulher “vilipendiou o cadáver de Paulo Roberto Braga, seu tio e de quem era cuidadora, ao levá-lo à referida agência bancária e lá ter permanecido, mesmo após a sua morte, para fins de realizar o saque da ordem de pagamento supramencionada, demonstrando, assim, total desprezo e desrespeito para com o mesmo”.
Ela também passou a ser investigada por homicídio culposo — quando não há intenção de matar. A Polícia Civil investiga esse processo e ainda vai decidir se a mulher responderá por esse crime. De acordo com a corporação, a mulher, enquanto cuidadora do tio, “ao ver que ele não estava bem, deveria ter levado o tio ao hospital, e não a uma agência bancária”.
Segundo o delegado titular da 34ª DP (Bangu) e responsável pelo caso, Fábio Luiz Souza, não há dúvidas de que o idoso já estava morto àquela altura e que a sobrinha estava ciente disso. Para ele, o que ocorreu foi “gritante omissão de socorro” por parte da sobrinha.