Após ameaçarem paralisação, agentes do programa Segurança Presente protestaram em frente ao Palácio Guanabara, no fim da manhã desta sexta (25), alegando que já estão há 53 dias sem salário. Em faixas e cartazes, agentes civis e assistentes afirmaram que durante esse período também não receberam qualquer tipo de suporte e que a situação já se repete há mais três anos.
Agentes relatam geladeiras vazias, contas atrasadas, colaboradores despejados de suas casas, e outros indo trabalhar sem ter o valor da passagem para ir e voltar.
Parte de uma parceria entre a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e a Secretaria de Estado de Governo, o Projeto Laboratório de Estudos de Abordagem de Proximidade (Labeprox) era responsável pelo treinamento de agentes do Programa Segurança Presente. Em junho, após decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinar a suspensão do Projeto Labeprox, os contratos da Uerj com o Segurança Presente foram congelados. Os agentes reivindicaram o fim da parceria acadêmico-científica.
O Projeto Segurança Presente ganhou proporção, em grande parte, graças à atuação dos Agentes Civis (SEGVS) e sua manifestação em 2015. Na época, a Fecomércio, que financiava o pagamento dos agentes, anunciou que, por algum motivo, não poderia mais sustentá-los. Em resposta, os agentes foram às ruas com bandeiras e apitos, demonstrando sua força e enfatizando que o programa Segurança Presente era um pilar importante para a segurança pública e o serviço social. A manifestação foi bem recebida e fortaleceu o programa, ganhando também apoio governamental.
Com o crescimento do projeto, entretanto, os Agentes Civis estão sendo afastados devido ao aumento da presença de policiais penais e militares no programa. Isso é visto como uma injustiça para os agentes e assistentes sociais, que são pais de família com sonhos e esperanças em um país que, muitas vezes, parece ser governado por interesses pessoais e políticas internas desmotivadoras.