Não tem para ninguém. O personagem da semana, na política do Rio, é Rodrigo Neves, o pré-candidato do PDT em Niterói. O desempenho do ex-prefeito que planeja voltar ao comando das terras de Arariboia ganhou o elogio de caciques da esquerda à direita, passando (e muito) pelo centro.
Em janeiro, depois de longa e respeitosa negociação, Neves conseguiu fazer com que o atual mandachuva, Axel Grael (que tinha o naturalíssimo direito a tentar a reeleição) desistisse em seu favor.
Ex-rivais
Depois, atraiu para sua base dois adversários de outros carnavais. Felipe Peixoto, do PSD, e Juliana Benício — que já foi uma ferrenha rival filiada ao Novo e agora pulou a cerca para o governista Cidadania — vão pedir votos para Neves.
E, quando encontrou uma longa fila de candidatos a vice, poderia ter posto tudo a perder. Principalmente ao decidir que não queria o atual número dois, Paulo Bagueira (União), de novo ao seu lado na urna eletrônica. Preferia apostar na novidade, na velejadora Isabel Swan, do PV, indicada por Grael.
Magoado, Bagueira ameaçou pular para o barco do adversário Carlos Jordy (PL).
Rodrigo Neves e o domínio do centro
Foi aí que Neves deu o maior passo da aliança. Convocou para a negociação Bagueira e o presidente estadual do União, Rodrigo Bacellar. Prometeu lançar o hoje vice a deputado federal em 2026. Pacificou a treta, ficou com a vice que quis e confirmou o gigante União na aliança.
Com isso, isolou o PL do bolsonarista Jordy na extrema-direita. E Talíria Petrone, do PSOL, na ponta da esquerda.
Está nadando de braçada no oceano de votos que tem entre os dois polos.
Claro que as péssimas línguas da política logo compararam a habilidade de Neves em costurar os apoios à do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).
Mas aí é outra história…
Muito interessante, o Rodrigo Neves tem votos na direita e na esquerda, igual ao Eduardo Paes em 2020. Em Campos, é exatamente o contrário: o voto ideológico de direita e esquerda é de extrema rejeição ao Wladimir Garotinho. Parece que o Bolsonaro já declarou apoio do PL ao Rodrigo Bacellar e deve levar a eleição para o segundo turno, num jogo pesado.
Acho hilário esses jornalistas militantes colocarem o PL e o Jordy como “extrema-direita”. O PSOL que é ao lado do PT o partido dessa grei das redações, são pacíficos e democratas. Apoiam ditaduras mundo a fora! Vergonha!